Montenegro vai pressionar o Governo sobre erosão costeira

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O presidente do PSD, Luís Montenegro, visitou, ontem, a Praia da Cova, para tomar conhecimento do avanço da erosão costeira, do assoreamento do porto comercial e outros assuntos relacionados com a Figueira da Foz. O dirigente partidário lamentou que ainda não tenham sido tomadas medidas para problemas com 15 anos e garantiu que vai pressionar o Governo a atuar.
Luís Montenegro teve como anfitriões o presidente da Câmara da Figueira da Foz, Santana Lopes, e o presidente da Junta de São Pedro, Jorge Aniceto. Ambos partilharam com o visitante as suas preocupações relativas aos efeitos da erosão costeira e do assoreamento da barra e do interior da zona portuária. Aos autarcas juntou-se o movimento cívico SOS Cabedelo, que também vem reclamando medidas urgentes e eficazes.
No final da visita, aos jornalistas, o líder do principal partido da oposição destacou que a “erosão da costa e a visível falta de areia provoca impactos muito negativos, do ponto de vista ambiental, da qualidade de vida e do perigo para populações”.
Em segundo lugar, frisou Luís Montenegro, está “o problema do assoreamento do porto e da perda de oportunidades que muitas vezes decorrem da falta de operacionalidade dos navios”. E acrescentou: “Sabemos o quanto esta região precisa de mais investimento, de mais captação de oportunidades de emprego”.

Problemas antigos
Luís Montenegro realçou ainda o impacto do assoreamento da barra para as pescas. “A falta de investimento na defesa da costa, no desassoreamento do porto e na criação de condições para a atividade piscatória é responsável (…) até pela fatalidade de perdas de vidas humanas”, alertou.
O presidente do PSD, que dedicou esta semana ao distrito de Coimbra, afiançou que “o PSD usará todos os seus canais de intervenção, nomeadamente no Parlamento, para exigir ao Governo de Portugal que não mais se adiem problemas” com “10 ou 15 anos”, desde “quando estava na Assembleia da República e era líder parlamentar”.
O líder da oposição ressalvou que não se trata de investimento de grande dimensão. Contudo, defendeu: “Temos a noção que o seu adiamento não dá previsibilidade aos agentes económicos e provoca efeitos negativos nas populações”.

Peregrinação sem milagre
Sobretudo nos últimos 10 anos, a Praia da Cova tem sido lugar de peregrinação para políticos e decisores, mas o milagre ainda não aconteceu. Entretanto, as populações junto à costa vivem com o coração nas mãos, temendo que, um dia destes, o mar lhes entre em casa.
“Sim, é um local de peregrinação, mas o doutor Luís Montenegro disse que iria estar pelo país, uma semana em cada distrito e está a cumprir. Já é um bom sinal. Espero que aquilo que ele leva desta realidade da costa e dos problemas da economia da Figueira o ajudem a preparar-se para as funções a que se candidata”, ressalvou Santana Lopes. “Conhecendo o doutor Luís Montenegro como conheço, tenho a certeza que vai passar das palavras aos atos”, acrescentou.
“Numa altura em que o país tem tantos fundos e há tantos problemas de execução, como é compreensível que o Estado não tenha estas intervenções, aqui, na primeira linha das suas prioridades e que isto não esteja no discurso político de quem decide, de quem comanda, de quem executa? Porque este é um problema das pessoas, do território, do país, da economia”, atirou o autarca figueirense.
A Figueira da Foz vai ter investimentos de milhares de milhões de euros, na área da transição energética e em plataformas de produção de eletricidade ao largo da costa, frisou Santana Lopes.
“Se os privados apostam nesta região, porque e é que o Estado olha para o lado quando tem de atuar e cumprir os calendários a que se propôs?”, indagou.

 

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