Já antes aqui referi o tema do tempo que passamos nas redes sociais por ano: segundo a Marktest “cada Português passa, em média, 2,5 horas por dia nas redes sociais, 23 dias completos por ano”, pensando quanto desse tempo é de facto útil. Hoje destaco algo que é consequência disso: a nossa “reputação digital” ou “digital reputation”. Cada reação (like, gargalhada, fúria), post, comentário ou novo conteúdo que disponibilizamos online contribui para a construção da nossa reputação digital. Sabemos o quanto as empresas “espremem” esses dados para saberem o mais possível sobre nós, mas estaremos conscientes do que fazemos para construir essa nossa persona? A definição de reputação digital passa por “pegada digital criada por tudo o que dizemos e fazemos online e também pelo que outros dizem sobre nós” ou seja, “a perceção que outros têm sobre nós e sobre a nossa marca”.
Se antes se dizia, quando conhecíamos alguém, “a sua reputação precede-o”, a verdade é que hoje fazemos realmente uso (antecipado) disso em entrevistas de emprego, pessoas que convidamos como oradores, que conhecemos em eventos (e a quem nos ligamos mesmo sem as conhecermos pessoalmente) ou organizações que perpetuam valores com os quais nos identificamos.
Essas ações surgem na expectativa de adquirirmos conhecimento – especialmente no LinkedIn – ou também por lazer – Facebook, Instagram, TikTok. Os nossos hobbies dizem muito sobre nós, tal como as individualidades e organizações que seguimos, mesmo que cada um de nós não produza conteúdo especificamente para a rede.
Voltei a este tema também porque estive recentemente num Workshop para estudantes sobre LinkedIn. Enquanto estudantes pensamos que não há forma de criar um perfil muito destacado ou relevante no LinkedIn. Porém, nessa sessão, a jovem Ana Rebelo Grilo, da Deloitte provou exatamente o contrário aos nossos estudantes: a nossa reputação digital começa, não apenas pelo que já fizemos, mas também pelo que pretendemos vir a fazer. Assim, quem ainda não trabalha numa área mas tem a ambição de o fazer, deve colocar essas buzz words no headline do seu perfil. Vários casos demonstram que tal terá poder de atração para as empresas que contratam, antecipando efetivamente a área em que irão trabalhar. Adicionar organizações que seguem, incluir trabalho na Júnior Empresa, estágios de verão, reconhecimento de competências, atividades de voluntariado, experiências Erasmus, no fundo, dar destaque ao que é mais relevante e não deixar à rede a escolha aleatória dessas atividades. Tudo isso contribuirá para uma reputação digital/marca pessoal bem sucedida online quando partilhado com o cuidado e o destaque devidos.
Hoje, definitivamente, a nossa reputação digital é algo que nos precede. Construir a nossa marca, apostarmos na nossa carreira, tornando-a atrativa, não é apenas uma questão de brio ou orgulho: é algo que dita, claramente, as oportunidades que teremos! Afinal, quer apenas um desafio ou quer o “seu desafio”?
Festas Felizes a todos e bons desejos de Ano Novo, com saúde e digital qb!