Opinião: Por aí, à solta

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No Egipto, concluiu-se a COP 27. Tantas viagens, tanta gente, tantos abraços, tantos dias, tantas horas, tantas reuniões, tantas conversas, tantas reportagens, … tanto lobby. E depois, vai-se a ver e … quase nada.
Do Brasil, Lula da Silva discursou nesta COP. As palavras foram inspiradoras. A ver vamos.
Por cá, estudantes protestaram através da ocupação de Escolas e Universidades, para exigir o fim dos combustíveis fósseis até 2023. Concordo com o princípio do protesto, mas ao ouvir que alguns estudantes iam a casa retemperar as forças para regressarem, no dia seguinte, aos protestos … deu-me cá umas saudades da velha malta do MRPP.
De Lisboa, Jorge Cristino (https://www.linkedin.com/in/jorge-cristino-57b45369/) depois da publicação do seu livro “A Missão das Cidades no combate às alterações climáticas: A Governança Multinível para o êxito da Saúde Planetária”, continua a sua pedagógica caminhada, com um artigo na revista “Visão Verde” de maio passado, no qual reflete sobre “Por onde começar a gerir a saúde planetária”. Este artigo relembra que a União Europeia já adotou, em 2021, o Plano de Ação: “Rumo à poluição zero no ar, na água e no solo”, seria bom todos estarmos conscientes das metas aí impostas. Aguarda-se para 2024 o primeiro painel de avaliação do desempenho verde das regiões europeias, destinado a medir os esforços envidados pelas regiões da UE no sentido de atingir as metas impostas, em termos de poluição, no âmbito do referido plano de ação.
De Lovaina, Peter Tom Jones, diretor do Instituto para Metais e Minerais Sustentáveis da KU Leuven, afirmou, no documentário “Mineração responsável na Europa”, que nós europeus desejamos carros elétricos, telemóveis e outras tech, mas não pretendemos a exploração de recursos minerais no nosso quintal. Neste documentário disponível em https://vimeo.com/769106098, Jones reflete sobre esta ambiguidade Europeia relativa à mineração primária dos metais necessários à urgente transição energética. Documentário a ver e rever.
Em Bruxelas, no passado dia 16 de novembro, o European Council deu luz verde à Diretiva “Corporate Sustainability Reporting Directive (CSRD)” – PE-CONS 35/22. Esta Diretiva impõe que determinadas empresas da UE publiquem informações detalhadas sobre o modo como os seus negócios afetam a sociedade, os ecossistemas e a economia e ainda sobre como a sua atividade é afetada pelos mesmos fatores. As novas regras irão ser brevemente publicadas no Jornal Oficial da UE e deverão ser adotadas e aplicadas pelos Estados Membros.
Preconiza-se que a aplicação desta Diretiva terá acrescida importância para os mercados financeiros, que carecem de informações fidedignas, relevantes e comparáveis para o financiamento de projetos de desenvolvimento sustentável, enquadrados no Green Deal e no Next Generation EU.
Na prossecução de uma economia mais circular são cada vez mais os exemplos de certificações “Cradle to Cradle” (do berço ao berço) de produtos transacionáveis. Esta certificação já está a ser requerida por algumas empresas europeias nas negociações para importação de mercadorias. Fica um alerta à indústria nacional exportadora que deve atempadamente procurar certificar os seus produtos neste âmbito, antes que seja mandatório.

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