O futebol devia ser uma festa. E assim é na maioria dos casos, felizmente! O mundial de futebol não é excepção e Bruxelas goza de uma posição especial para seguir os jogos que ainda agora se disputam.
Com 60% de população internacional , é fácil encontrar um espaço para apoiar a selecção que nos é mais próxima, seja ela latinoamericana, africana ou europeia. Durante os jogos de Portugal, não há melhor ambiente do que nos bairros de Flagey e Saint Gilles, onde os vários estabelecimentos comerciais nacionais ostentam as bandeiras das quinas.
No final das partidas há sempre uma caravana de carros que se forma, apitando pelas principais artérias da cidade, qualquer que seja o vencedor – Bruxelas tem mesmo TODAS as nacionalidades. O frio que se faz sentir tem impedido mais comemorações de rua – não há vitória que mereça aguentar temperaturas negativas!
Este ano, a equipa sensação é também a que mais azáfama traz à polícia de Bruxelas. Marrocos tem uma enorme comunidade na capital da Europa, alguma já com nacionalidade belga, como aliás, muitos dos jogadores da selecção dos “leões do Atlas”. Em cada jogo de Marrocos, seja uma vitória ou uma derrota, há distúrbios nalgumas zonas da cidade, não tanto devido ao futebol mas muito por causa de problemas de integração que ainda se fazem sentir no seio desta comunidade.
A polícia conta nestas alturas com um aliado – os mais velhos da comunidade magrebina criam um cordão humano entre a polícia e os perturbadores da ordem pública – na sua maioria menores -, para impedir mais estragos. E isto é o que se destaca: porque o envolvimento activo da sociedade civil na resolução de problemas é ele também um valor europeu importante a preservar. E o futebol continua a ser uma festa!