O presidente do Instituto Superior de Engenharia de Coimbra (ISEC), Mário Velindro, reconheceu ontem que a escola que dirige se encontra “afinada” na criação de emprego qualificado e competitivo. Ao intervir na apresentação do livro sobre a história de mais de 100 anos desta escola, o docente fez questão de lembrar a forte ligação do seu ensino à prática empresarial da região e do país. “É uma máquina produtora do futuro”, garantiu.
Mário Velindro lembrou que, apesar deste sucesso, o momento é de enormes desafios para escola como o ISEC e o Instituto Politécnico de Coimbra (IPC). Para além de quererem ser “agentes da mudança” (necessária) no ensino superior, todas as escolas devem dar a sua contribuição para a formação e desenvolvimento do Politécnico de Coimbra. Ainda mais, como fez questão de lembrar, quando se debate a mudança de Instituto Politécnico para Universidade Politécnica. “Um debate que nos interessa muito e onde o ISEC quer ser um ativo poderoso para a construção da futura Universidade Politécnica de Coimbra”, afirmou.
Olhando para as diversas entidades presentes no auditório, o presidente do ISEC manifestou a sua disponibilidade para, em conjunto com as outras cinco escolas (ESEC, ESAC, ISCAC, ESTGOH e ESTeSC), “continuar a honrar a sua história” num objetivo forte de “afirmação local, regional e nacional do IPC”.
Novos públicos e maior impacto
A vice-presidente do IPC, Ana Ferreira, elogiou o trabalho de José Amado Mendes, autor da obra “Do Instituto Industrial e Comercial ao Instituto Superior de Engenharia de Coimbra — 100 anos de Engenharia em Portugal”, e que permitiu recuperar a história desta escola. “Uma longa jornada de 100 anos com muitos obstáculos e muitos sucessos”, disse. Mas, para além de se honrar o passado, Ana Ferreira afirmou que também é preciso olhar para o futuro, repensando “o que se quer para o ISEC e para o IPC”. Para além de ser necessário captar novos públicos, o Politécnico de Coimbra tem de ter um papel fundamental na reciclagem “das novas novas competências nos adultos” e “na criação de impacto” na economia regional. As novas práticas pedagógicas e reforçar a ligação ao mundo empresarial são alguns dos objetivos fundamentais que permitirão ao IPC ser “diferenciador e inclusivo”.
“Esperança e confiança”
Numa mensagem vídeo, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, agradeceu o trabalho desenvolvido pelo ISEC e ISCAC na “abertura de pistas” para o mundo empresarial e na “coesão territorial” que o ensino politécnico permitiu. Apesar desse esforço, Marcelo Rebelo de Sousa entende que este é o momento em que se deve fazer “um esforço de recomeço e mobilização nacional para os enormes desafios que enfrentamos”.
Do lado do ISCAC, Manuel Castelo-Branco garantiu que, “sendo escolas-irmãs, continuaremos sempre a manter a colaboração recíproca e fecunda em projetos comuns e em prol do IPC”. O docente elogiou o trabalho desenvolvido nos últimos anos por Mário Velindro e que permitiu à escola “dar um salto enormíssimo”. O antigo presidente do ISCAC aproveitou para agradecer à Universidade de Coimbra a abertura de um polo de ensino na Figueira da Foz, mas lembrou que o ISEC e o ISCAC já tinham sido pioneiros na descentralização do ensino com a realização de vários cursos de pós-graduação e cursos técnicos na Praia da Claridade. “Foi o Politécnico de Coimbra que levou o ensino superior à Figueira da Foz”, afirmou.