Cordão humano mobilizou mais de meia centena de professores em Miranda do Corvo

Posted by
Spread the love

DR

Cerca de 60 docentes da Escola Básica e Secundária de Miranda do Corvo formaram, ontem de manhã, um cordão humano de protesto pelo que consideram a desvalorização das condições de trabalho e da carreira docente.
A concentração teve lugar entre as 8H10 e as 8H30 na rua, em frente à entrada da escola, com a presença da grande maioria dos docentes que estavam de serviço a essa hora, garantiu ao DIÁRIO AS BEIRAS António Costa, docente de Filosofia.
O professor disse que diversos colegas aderiram à recente greve convocada pelo Sindicato de Todos os Professores (STOP), mas a ação de protesto de ontem foi autónoma do movimento sindical, porque “os professores estão a correr à margem dos sindicatos”. António Costa afirmou que “o sindicalismo muito coreográfico, com muitas bandeiras, não sabe interpretar os atuais anseios dos docentes”.
Neste contexto, grande parte dos professores da escola de Miranda do Corvo uniu-se à volta de um conjunto de reivindicações, revelando “espírito crítico, cada um com as suas opções políticas, numa ação que não tem sido cerceada pela direção da escola”, disse o responsável.
Aliás, o próprio diretor da escola, José Manuel Simões, participou no cordão humano de ontem.
Os professores expressaram “um conjunto de insatisfações” como as medidas anunciadas pelo Ministério da Educação de descentralização do recrutamento de docentes, estrangulamento da evolução da carreira, instabilidade dos professores contratados e a não contabilidade de todos os anos como tempo de serviço.

Professora obrigada a sair de casa para vincular

Outra docente, Cláudia Peça, contou ao DIÁRIO AS BEIRAS que, sendo contratada desde 1997, “para vincular neste momento teria de concorrer para as zonas carenciadas, ou seja, a sul do Tejo”. Teria de deixar de estar semanalmente com os filhos, de sete e 12 anos de idade, e suportar despesas de duas casas.
“Ao contrário de outros funcionários do Estado, não temos ajudas de custo”, lamenta a docente, acrescentando que está a cumprir um horário incompleto, a cerca de 50 quilómetros de casa, que não lhe confere direito a 30 dias de desconto para a Segurança Social.
Confessando não ter “idade para mudar de emprego”, concluiu que esta situação “é apenas uma parte do problema a somar a muitos outros”.

Leave a Reply

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

*

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.