Opinião – PPP na Saúde

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Ouvir Manuel Pizarro aludir a Parcerias Público Privadas para resolver a construção de instituições de saúde, ou para gerir hospitais públicos causa um sabor a fel, um refluxo bilioso. Não causa amargura política, já nada mais me surpreende num certo PS, o que me causa náuseas é lembrar que há dois anos o mesmo Manuel Pizarro, a cavalo do Bloco de Esquerda apontava o problema das PPP como causa de uma saúde deficiente e incompetente. Assim se fechou o sistema em Braga, em Vila Franca de Xira e Loures. Desde então as coisas só pioram e agora também naqueles municípios. Vila Franca com edil socialista pedia há pouco tempo o regresso da PPP para Vila Franca.

Este registo diletante, sem as contas feitas antes da decisão, sem antecipação de problemas, está a conduzir Portugal a uma nova bancarrota. As decisões custam muitos euros e revertidas, outro tanto. A TAP custou três mil milhões aos portugueses e agora é para vender, mas sem encaixe aos investidores. As indecisões sobre os bancos e sua sustentabilidade como é o caso do Montepio, das Caixas de Crédito, do Novo Banco, com “indigestões” de capital público para absorver a pancada das perdas gigantescas, conduz o país a uma grande debilidade económica.

A reforma da Administração Pública, a reforma dos tribunais administrativos, teriam impactos colossais nas finanças portuguesa. O tribunal administrativo arrasta processos de milhões até à eternidade e desse modo colapsa empresas, destrói energias, afasta investidores. Os custos da sua mediocridade decisória são comparável a uns três casos BES. A reforma administrativa reduziria milhões de euros de custas em burocracia e funcionalismo público de cariz eleitoral. Portugal com mais de trezentas câmaras tem munícipes de quatro mil habitantes onde se empregam 30 a 60 por cento da capacidade laboral no município. É uma corrosão de estrutura. Câmaras a mais, Juntas em demasia, ausência de visão futura aproveitando a tal m maioria absoluta.

Tudo isto é subvertido por assuntos de “lana-caprina” como as idas de Marcelo a Doha, ou a discussão dos direitos humanos no Catar. Portugal é acusado todos os anos por sistemas de fiscalização internacional de não cumprir direitos humanos nas cadeias.

Também na legislação laboral faltam passos para elevar a liberdade e não aumentar a repressão. Na ausência de auditorias a grandes empresas surgem as que elaboram esquemas de escravatura, empresas onde nunca reconhecem méritos dos trabalhadores, as que nunca procedem a aumentos salariais a quem tenha mérito. Podíamos fazer coisas importantes com uma maioria absoluta, mas era preciso mais estrutura, mais visão e sobretudo menos demagogia.

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