Maria Paula Paixão: “Dinâmica de inovação e crescimento” marca percurso da faculdade

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Já cumpriu o primeiro ano do mandato como diretora da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra (FPCE-UC). Quais considera que são, neste momento, as prioridades para a faculdade?
As prioridades para a FPCE-UC serão, em primeiro lugar, continuar a manter a capacidade de atrair alunos de todas as zonas do país e continuarmos a manter as reestruturações feitas, que, no nosso caso, culminaram com uma licenciatura e seis dos cursos de mestrado já a funcionar. Este ano, já está em funcionamento o Mestrado em Educação Especial e Sociedade Inclusiva. Para o ano contamos abrir o novo Mestrado em Ciência Psicológica, que já foi aprovado pela A3ES – Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior, e é um mestrado mais orientado para a investigação em Psicologia. Portanto, é um grande desafio. Serão sete mestrados na área da Psicologia, dos quais seis têm um carácter profissionalizante e o sétimo será mais orientado para preparar os alunos para as tarefas da investigação.

A FPCE-UC continua a ter espaço para crescer?
O nosso principal desafio é não só manter a atração para aqueles que já nos procuram, de todas as zonas do país, mas conseguir expandir essa atração, com a qualidade que os estudantes esperam de nós. Para isso, certamente vamos ter que efetuar também algumas alterações, sobretudo nas áreas dos cursos de formação mais avançados, lecionando, por exemplo, em inglês. Temos muitos alunos estrangeiros que nos procuram, mas acabam por desistir porque têm dificuldades no português. É efetivamente um grande desafio mantermos a atratividade – a FPCE-UC tem uma boa reputação e é conhecida por permitir desde cedo o envolvimento em percursos de investigação – num momento em que estamos em obras e não dispomos de um dos nossos edifícios, o edifício 2, que era aquele onde decorriam mais aulas e onde estava instalado quase todo o CINEICC – Observatório da Cidadania e Intervenção Social, bem como o OCIS – Observatório da Cidadania e Intervenção Social.

Em que fase estão as obras no edifício 2?
As obras já começaram, mas estão ainda no início. Deviam ter começado em junho, mas houve um atraso no visto do Tribunal de Contas. O que está previsto é que o edifício vai estar em obras cerca de um ano e meio, período em que estaremos no edifício provisório que nos foi cedido, situado no Colégio das Artes. Foi um grande desafio colocar num espaço, que teve de ser requalificado de uma forma intensiva, tudo o que tínhamos, desde salas de aulas a estruturas de investigação. Tivemos que encontrar alternativas para os gabinetes dos docentes nos outros edifícios que já ocupamos e estamos ainda a usar algumas salas da antiga Faculdade de Medicina e um auditório no Departamento de Física.

Depois das obras, vai haver mais espaço?
As obras do edifício 2 são indispensáveis, sem elas não conseguiríamos implementar uma visão para o futuro. O edifício 2, para além de ser requalificado em diversos aspetos, vai ser amplamente expandido e adaptado àquilo que são os novos desafios das áreas de investigação. Portanto, vai haver uma modificação incremental na parte da investigação, mas também vamos ter mais salas de aula, mais espaços, um auditório que, para além de dar aulas, também permitirá servir a relação com a comunidade. Portanto, vamos ter outras condições, que não temos na atualidade, de melhor funcionamento, que nos permitirão implementar projetos que temos, no sentido de manter a qualidade, a diversidade da oferta e expandi-la.

Um dos desafios para o futuro será construir um edifício de raiz para a FPCE?
Sim. Nós funcionamos espalhados por vários espaços e somos a única faculdade da Universidade de Coimbra, dentro das faculdades da nossa dimensão, que funciona desta forma. O ideal seria estarmos num só espaço, onde pudéssemos ter todas as nossas atividades a funcionar, que fomentasse uma maior proximidade entre todos os docentes, estudantes e investigadores e que permitisse até, digamos assim, uma maior rapidez na definição e implementação de projetos inovadores. Em todo o caso, também já está encetado um diálogo com a Reitoria para, a médio prazo, conseguirmos expandir os espaços que nos são atribuídos.

A investigação continua a ser uma das fortes apostas da FPCE?
A investigação, tanto básica como aplicada, aqui é bastante forte e leva a que tenhamos que reequacionar aspetos essenciais do nosso funcionamento, que nos colocam numa situação em que ficamos aquém de algumas solicitações e até de alguma procura, por parte de estudantes nacionais e estrangeiros. Outra dificuldade é nós temos um corpo docente muito envelhecido, cuja idade média, neste momento, é de 58 anos. Já os nossos investigadores são bastante mais novos e participam também na docência. Portanto, precisamos de renovar e reforçar. Na área das Ciências da Educação, a nível da formação de professores, os nossos docentes participam em todos os mestrados de ensino e estamos a lecionar com um corpo docente reduzido, para cada vez um maior número de alunos.

O que é que distinga a FPCE-UC das outras faculdades do país?
A FPCE-UC é a única faculdade que leciona e faz investigação em três áreas fundamentais das ciências sociais e humanas: a Psicologia, as Ciências da Educação e Serviço Social. Isso possibilita a criação de parcerias internas que outras faculdades congéneres não têm. Essas parcerias possibilitam ofertas inovadoras em termos de ensino e também de projetos de investigação. Penso que fomos também pioneiros a fazer ligação desde muito cedo, logo desde o 1.º ciclo, entre ensino e investigação.

Há também a vertente da ligação à comunidade?
Nós temos tido muita procura por parte de autarquias, por exemplo, para projetos de transferência de conhecimentos, em todas as áreas: Psicologia, Ciências da Educação e Serviço Social. Temos vindo falar muito da área da Psicologia, porque é, e precisamos de a manter assim, uma área bastante forte. Onde também temos sido amplamente desafiados, e com recursos humanos muito reduzidos, é na área do Serviço Social, para participar e apoiar plataformas de inclusividade, em termos de educação e de outros tipos de apoio, a refugiados e imigrantes. O Serviço Social tem sido muito chamado a intervir também, por exemplo, nas muitas atividades de dinamização da Baixa de Coimbra.

Que mensagem gostaria de transmitir?
Gostaria de transmitir a mensagem de que vamos celebrar 42 anos. Ou seja, já temos bastante maturidade, mas estamos com vigor suficiente para inovarmos e enfrentarmos as dificuldades com que somos todos os dias confrontados. Temos o vigor, a coragem, a resiliência para ultrapassar estas dificuldades e continuarmos nesta dinâmica de inovação e crescimento.

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