“A cultura é uma arma para derrubar barreiras”

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Foto de APCC

Fernando Pessoa imortalizou, na obra “A Mensagem”, a frase “Deus quer, o homem sonha e obra nasce”. No caso dos 5.ª Punkada, Fausto Sousa sonhou e, com a ajuda de José Francisco de Sousa, o “Bon Jovi dos 5.ª Punkada”, ganhou, em 1993, voz e a Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra (APCC) uma banda de punk-rock.
Volvidos quase 29 anos, Fausto Sousa continua a ser o vocalista, mas tem agora a companhia de Fátima Pinho (teclas), Jorge Maleiro (guitarra), Miguel Duarte (bateria) e Paulo Jacob (guitarra e musicoterapeuta).
Victor Torpedo também se associou à banda e, juntamente com a artista Surma e a editora Omnichord, ajudou a produzir o primeiro disco dos 5.ª Punkada, que saiu em 2021.
Com três dias de ensaios por semana (duas vezes por dia), na Quinta da Conraria, em Coimbra, os 5.ª Punkada são um exemplo de inclusão pela música.
“Não conhecia [5.ª Punkada] e fiquei com uma ótima impressão. Eu gosto de punk-rock, portanto revejo-me nesta linguagem”, assegurou Pedro Adão e Silva. De resto, o ministro escutou ao vivo alguns originais da banda que já deu mais de 300 concertos a nível nacional e internacional.
Num dia marcado por um roteiro com várias paragens nos distritos de Lisboa e Leiria, o governante escolheu Coimbra para encerrar o percurso “Cultura para a Inclusão”, iniciativa que está inserida no roteiro “Cultura que Somos”.

“Grande valor artístico”
Para além da inclusão proporcionada por projetos que envolvem várias áreas culturais, Pedro Adão e Silva destacou a qualidade dos projetos que conheceu. “Vi várias coisas com grande valor artístico em si. A cultura tem mesmo uma capacidade única, confere-nos um arsenal para derrubarmos barreiras, mas ao derrubar barreiras tem também valor artístico, no sentido da qualidade. A ideia de que vale por si”, enalteceu. “A cultura é uma arma de destruição maciça para derrubar barreiras”, realçou.
O presidente da APCC, Fernando de Oliveira, acompanhou a visita do ministro e fez questão de agradecer a presença de Pedro Adão e Silva na Sala José Francisco Borges de Sousa. “Acreditamos que a arte é um veículo primordial para a inclusão. Queria agradecer a visita do ministro à nossa associação”, disse.
Questionado sobre apoios para projetos como o da 5.ª Punkada, o ministro da Cultura, recordou que a dotação financeira tem aumentado de forma substancial. “O programa de apoios sustentados mais do duplicou a sua dotação nestes quatro anos, que começam em janeiro, por comparação aos quatro anos anteriores. Há uma grande diferença e os números não são uma abstração. Vamos ter mais entidades apoiadas e cada entidade vai receber muito mais do que recebia no ciclo anterior”, assegurou.
A visita terminou com Pedro Adão e Silva a participar numa música do grupo através da utilização de um soundbeam (aparelho/sistema que funciona com transmissores ultrassónicos ou placas sensíveis que são acionadas através de movimentos e que produzem sons). “Nunca tinha tocado no soundbeam, foi mesmo uma estreia. Gosto muito de música, mas tenho uma total ausência de talento para a música”, assumiu.
Os 5.ª Punkada não ganharam um elemento novo, mas, seguramente, ganharam mais um fã que saiu de Coimbra com um novo cd para escutar.

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