A ESTGOH assinala a 5 de novembro (amanhã) os 21 anos de existência. Não sendo uma data redonda, representa
o fim do ciclo de comemorações dos 20 anos?
É verdade. Atendendo a que 5 de novembro é um sábado e não se trata de uma data redonda de aniversário, não haverá lugar a uma cerimónia pública, até porque estamos a concluir um ano de comemorações dos 20 anos. Ao longo dos últimos meses realizámos diversas atividades, desde o Dia Aberto à 1.ª Feira do Emprego, passando por vários webinars, num programa de atividades essencialmente dirigidas aos alunos.
A mais longo prazo, vamos celebrar os 25 anos da ESTGOH com toda a pompa e circunstância, mas até chegar a essa data, estes anos intermédios são de trabalho, são de afirmação da escola.
Já com o ano letivo a decorrer, que balanço faz dos números de ingresso na ESTGOH?
Este ano registámos 94% de preenchimento das vagas abertas no final das três fases de colocação do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior, o que é um indicador muito positivo da vitalidade desta escola. Na prática, significa que das 190 vagas existentes ficaram por preencher 14. Ainda não temos os dados finais, mas sabemos que, em comparação com o ano passado, o número de colocações é superior.
No caso concreto das colocações do 1.º ano, 1ª vez, somando as matrículas das Licenciaturas, Cursos Técnicos Superiores e Profissionais (CTeSP) e Mestrados, o número de alunos matriculados é de 308, o que compara com os 257 do ano passado, representando um crescimento de 20%, o que é um saldo muito positivo, sendo a primeira vez que o número de matrículas ultrapassa as três centenas.
Que explicações encontra para este aumento de procura de alunos pelos cursos da ESTGOH?
Penso que há uma relação de causa/efeito entre as campanhas de divulgação e promoção de atividades da escola que se realizaram ao longo do último ano, algumas delas associadas aos 20 anos da escola. Numa perspetiva de proximidade regista-se um acréscimo do número de estudantes de concelhos vizinhos, especialmente nos cursos CTeSP. Penso que essa procura resulta das ações em que trouxemos alunos do Ensino Secundário à ESTGOH, para conhecerem as nossas instalações e laboratórios, com um feedback muito positivo dos professores que acompanharam esses alunos.
É possível identificar de onde vem a maioria dos alunos?
A origem dos nossos alunos é das mais diversas, aliás tal como acontece com os alunos das restantes escolas do Politécnico. Agora que está praticamente terminado, esta semana, o processo das matrículas na ESTGOH, faltando apenas as matrículas dos Mestrados, estamos em condições de fazer todo o trabalho estatístico de caracterização dos alunos, designadamente quais estão deslocados, quais os bolseiros, trabalhadores-estudantes ou estrangeiros. Por exemplo, em relação a alunos dos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa), num só dia tivemos 15 matrículas em Licenciaturas, mas o número será muito superior.
Qual o ponto de situação da anunciada construção de uma residência de estudantes na cidade de Oliveira do Hospital?
A residência de estudantes é uma das necessidades da cidade e da escola. Embora o número de alunos da ESTGOH tenha crescido este ano, conseguimos acomodar quase todos os nossos alunos. Só na 3.ª fase de colocação é que sentimos maiores dificuldades em encontrar alojamento para alguns, o que se tornou ainda mais difícil na última semana. Por isso, estamos a ajudar esses alunos que chegaram mais tardiamente. Nota-se que a cidade está lotada, até porque os estudantes que estão já alojados e querem mudar para um melhor local, ou mais barato, não conseguem.
Isto porque a procura fez aumentar os preços do arrendamento acima do que é razoável. Penso que esta situação não será comportável no futuro, mesmo que os alunos recebam uma compensação de acordo com os seus rendimentos em resultado da avaliação realizada, caso a caso, pelos Serviços de Ação Social, num processo gerido a nível central do Politécnico.
A futura residência de estudantes vai fazer baixar os preços, mas ainda não há uma data de construção. A situação é gerida pelo IPC, que fez a candidatura, já aprovada, ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Estamos a aguardar as próximas etapas deste processo, que passa pela reabilitação urbana, o que até incluiu a sinalização de um imóvel adequado para esse fim no processo da candidatura. Não será, portanto, a construção de um novo edifício.
Outras das antigas reivindicações da instituição é a de novas instalações. Isso será possível a curto/médio prazo?
No processo de crescimento em que a ESTGOH está atualmente torna-se premente encontrar instalações maiores e mais dignas. Os espaços que temos atualmente exigem-nos um trabalho de planeamento rigoroso de horários, especialmente de utilização dos laboratórios, obrigando à duplicação de turmas. Além de salas, precisamos também de um auditório, pelo menos com capacidade de 100 lugares para que decorram as aulas teóricas de disciplinas comuns a mais do que um curso, mas também para realizar iniciativas da escola de maior dimensão.
Fora da escola, também é difícil encontrar um espaço com grande capacidade, até porque a Casa Municipal da Cultura César de Oliveira continua em obras de requalificação. O que nos tem valido é o salão gentilmente cedido pelos Bombeiros Voluntários de Oliveira do Hospital.