10 professores catedráticos da FMUC jubilaram-se no último ano letivo

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Quando tomou posse para o segundo mandato enquanto diretor da FMUC, assumiu que pretendia promover um ensino mais moderno, mais baseado na aquisição de competências. O que foi feito nesse sentido?
Desde logo, o desenvolvimento do chamado logbook de competências, correspondendo a um mapeamento das atividades de ensino-aprendizagem estruturadas em conhecimentos, competências e atitudes a adquirir pelos estudantes nas diversas unidades curriculares. Este caderno está já a ser implementado em unidades de ensino piloto, constituindo um importante instrumento de trabalho que permitirá, de forma objetiva, avaliar a qualidade do ensino e tomar decisões sustentadas.
A componente curricular opcional inclui também novas ofertas, de que destacaria a Formação em Voluntariado, cruzada com programa de promoção do apoio a cuidadores, por parte dos estudantes, já em curso na FMUC, e também a Introdução a Ciência de Dados, área que se reconhece com potencial para desenvolvimento de gabinete integrado de tratamento de dados e inteligência artificial em ciências da saúde.
Finalmente, inicia-se agora uma nova fase do projeto Smash Medicine, em colaboração com diversas escolas médicas europeias, uma plataforma de estudo dedicada à realização de perguntas de escolha múltipla pelos estudantes, processo inovador de aprendizagem e preparação dos nossos alunos.

Os problemas estruturais nas acessibilidades ao Polo III prejudicam a Faculdade de Medicina?
Evidentemente que sim, já que a FMUC se depara com notórios défices na funcionalidade, na dignidade e na segurança dos acessos ao Polo das Ciências da Saúde.
Mas creio que estão reunidas as condições para um entendimento tripartido (Universidade de Coimbra, Câmara Municipal e CHUC), que permita resolver esta situação a breve prazo, agora que as acessibilidades relacionadas com o novo metrobus e com a futura maternidade se encontram igualmente em análise.

Um dos grandes desafios que a faculdade enfrenta (à semelhança do que acontece noutras faculdades) é a aposentação a médio prazo de algumas dezenas de docentes da instituição. A reitoria da Universidade tem dado resposta a esse problema?
Eu diria que o problema é perceptível já a curto prazo, de que é exemplo o passado ano letivo, em que se jubilaram/aposentaram 10 professores catedráticos e associados.
E é verdade que, para além da possibilidade recente de promoção na carreira docente e de investigação, a Reitoria está atualmente num processo de análise para autorização de abertura de outras vagas para ambas as carreiras, conforme solicitado pela Direção da FMUC.
É um processo que teremos de monitorizar com criteriosa preocupação.

Uma das medidas que anunciou para este mandato foi a criação de um laboratório de comunicação em saúde. Em que fase está esse projeto e que finalidade tem?
O Laboratório de Comunicação em Saúde é já uma realidade, e vem promovendo atividade múltipla.
O objetivo nuclear é contribuir para uma sociedade mais literata e atenta, na perspetiva do aumento e valorização do conhecimento dos cidadãos em saúde. Um bom exemplo desta atividade foi a realização de um “Picnic com saúde”, no jardim do polo III, no passado mês de julho, que permitiu, com o envolvimento de diversas instituições (FMUC, CHUC, Faculdade de Farmácia, instituições do ensino secundário, Escola de Hotelaria, Núcleos de Estudantes, Institutos e Centros de investigação, entre outras estruturas), intervir e fornecer informação e formação na área da saúde, da sustentabilidade, da alimentação saudável, do exercício físico, bem como promover a adoção de estilos de vida mais saudáveis na população de Coimbra.
Porque é que Coimbra ainda não foi elevada a “Capital da Saúde”? O que falta?
Coimbra é “Cidade da Saúde”, de acordo aliás com documento nuclear da Comissão de Estratégia e Comunicação do Conselho Geral da UC.
E a promoção do chamado ecossistema de saúde que existe na cidade e na região vem sendo ampliado de forma crescente, nomeadamente através do Centro Académico e Clínico de Coimbra, consórcio entre a UC e o CHUC, mas que inclui diversas parcerias com outras estruturas de assistência, de ensino, de investigação e de inovação, de Coimbra e de outras cidades da região centro.

O que destaca da celebração do Dia da Faculdade de Medicina da UC?
No dia da FMUC são vários os momentos merecedores de destaque, desde logo a entrega dos prémios aos alunos que se distinguiram como os melhores no passado ano lectivo, em Medicina e em Medicina Dentária.
Destaco com emoção a homenagem a quem depositou o seu esforço e energia em prol do engrandecimento da nossa Escola e que agora cessa funções. São aliás muitos os motivos para honrarmos quem serviu de forma dedicada a instituição e que hoje recebe a gratidão e o reconhecimento da FMUC. É assim que procederemos com os nossos professores que se jubilaram e aposentaram, bem como com os elementos do corpo técnico agora aposentados.
Destacaria também a entrega da medalha de ouro da FMUC a um distinto académico da Faculdade de Medicina da Universidade de Salamanca, Prof. Doutor Alberto Órfão, personalidade que contribuiu e continuará a contribuir de forma muito empenhada para a excelência da Escola Médica de Coimbra.
E finalmente o primeiro momento da futura Cátedra em Global Health, com a conferência em Saúde Global proferida pelo Prof. Doutor Filipe Froes.
Comemorando-se o Dia da Faculdade de Medicina, que mensagem pretende transmitir à comunidade académica?
Uma mensagem de confiança no futuro de uma Escola que olha criteriosamente para um ensino que se paute pelos mais elevados padrões de qualidade e exigência, mas também para a investigação e inovação, e para os novos desafios societais, como pilares determinantes para o seu sucesso.

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