Portas Abertas na casa que nunca fecha para quem precisa

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FOTO DB/PEDRO RAMOS

Assim que passa a porta do Centro de Reabilitação de Paralisia Cerebral, Fausto Sousa é recebido com uma enorme gargalhada abafada num abraço. O jovem, que foi ontem ao centro para mais uma sessão de fisioterapia, encontra o velho amigo que conheceu há anos na Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra (APCC). É Dia de Portas Abertas, mas sobretudo de (re)encontros. À semelhança de muitos profissionais, utentes e voluntários, Fausto Sousa, fundador e vocalista dos 5.º Punkada, “regressou” ontem ao centro para mostrar “o muito” que se constrói na APCC. E encontrou muitos amigos.
“É um dia de reencontros. Mas também de encontros para pessoas que, se calhar, não estão muito sensibilizadas para a área da deficiência”, disse Paulo Jacob, musicoterapeuta que acompanha os 5.º Punkada há 22 anos.
Ontem, Dia Nacional da Paralisia Cerebral, a associação quis, precisamente, lembrar que “apenas em conjunto é possível caminhar para uma sociedade mais aberta e inclusiva, com mais oportunidades e igualdade efetiva para as pessoas com deficiência.”
“É estranho falar de um dia aberto quando esta casa nunca deixou de ter as portas abertas para quem dela precisa”, disse o presidente da direção da APCC, Fernando de Oliveira, no momento em que deu as boas-vindas aos primeiros visitantes.
Ao longo do dia foi possível ficar a conhecer as áreas que funcionam no Centro de Reabilitação, mas também sobre as que são desenvolvidas na Quinta da Conraria e nas unidades residenciais.
Houve também a possibilidade de comprar frescos produzidos no setor da agricultura, experimentar os jogos ampliados da Oficina do Brinquedo, brincar na Ludoteca, e até participar nas oficinas de música, teatro, artes plásticas e desporto.
Não menos importante foi a possibilidade de falar com os utentes e perceber o carinho que têm pela sua “casa”. João Bogalho é acompanhado pela APCC desde 1975.
“Tinha três anos de idade quando vim para a associação. Gosto muito desta casa e dos trabalhos que se fazem aqui. Eu até gostava que estivesse cá o Presidente da República ou o primeiro-ministro”, diz. Afinal – acrescenta –, “esta é uma grande casa e este é um grande dia para todos nós”.
João, que nasceu com paralisia cerebral, foi sempre acompanhado por profissionais e voluntários da APCC. “Atualmente faço fisioterapia e piscina” conta, com entusiasmo aos jornalistas, antes de lançar uma pergunta: “E o que é que vocês acham de mim? Estou operacional?”. Operacional e, seguramente, feliz.

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