Opinião: Novos estudantes precisam de apoio

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A revista Sábado, na sua edição da passada semana, divulgava o montante das reformas “douradas” de alguns portugueses.
A liderar a lista, o antigo Presidente do BCP, Jardim Gonçalves, com uma pensão de 49 mil euros por mês. Coisa pouca, se comparada com o seu passado, pois, segundo a citada revista, a pensão do ex-banqueiro já chegou a ser de 170 mil euros mensais (ou seja, cerca de 5666 euros por cada um dos 30 dias de cada mês!…).
O segundo da lista é Vítor Constâncio, que foi do Banco de Portugal e do BCE, e que aufere “apenas” 27 mil euros mensais. Comparativamente com a de Jardim, é reforma bem menos florida, não chega aos mil euros por dia…
A lista divulgada refere as chorudas reformas de mais umas dezenas de privilegiados.
Mal tinha acabado de ler este trabalho da Sábado, eis que vejo num dos canais de tv alguns portugueses a comentar o galopante aumento do custo de vida. E retenho, sobretudo, o de uma idosa, a comentar que a sua pensão de cerca de 300 euros mensais (ou seja, 10 euros por dia…) já mal chega para os medicamentos, pelo que vai ter de cortar na alimentação cada vez mais cara.
Isto não é demagogia! São factos que afectam uma boa parte da população portuguesa. E que mostram como a geração a que pertenço, e aquelas que à minha sucederam, falharam na construção de um Estado social mais justo e equilibrado, como idealizámos há meio século, com o advento da Democracia.
E se nós falhámos, resta-nos ter esperança de que sejam as novas gerações a atingir esse objectivo. E elas querem! A maioria destes jovens mostra ter valor e vontade de lutar por isso! Mas é indispensável que disponham de armas para travar as difíceis batalhas que vão ter de enfrentar…
Ora a mais eficaz das “armas” é, seguramente, o êxito na aprendizagem das diversas áreas para que se sentem vocacionados. De maneira a que, com os saberes adquiridos, construam a tal sociedade mais justa, sem chocantes assimetrias, que nós não conseguimos consolidar.
Mas são muitos os obstáculos que a maioria destes jovens e as suas Famílias têm de conseguir ultrapassar. Desde logo, os custos elevados que têm de suportar os que vêm para Coimbra frequentar um curso superior. Muitos pertencem a famílias cujo rendimento se resume ao salário mínimo nacional. Ou seja, uns escassos 705 euros, que têm de ser “milagrosamente esticados” para sustentar a família e fazer face aos custos da educação dos filhos.
Ao valor das propinas há que acrescentar o da alimentação, o do alojamento, o do vestuário, o dos livros e materiais escolares, o dos transportes…
Ainda por cima, faltam residências universitárias e o preço dos quartos particulares aumentou substancialmente. Como se tal não bastasse, muitos senhorios decidiram optar pelo arrendamento a turistas, pelo que há muitos estudantes que ainda não conseguiram encontrar alojamento.
A Associação dos Antigos Estudantes de Coimbra partilha as preocupações da Direcção-Geral da Associação Académica, com a qual tem vindo a analisar esta questão complexa. E é neste contexto que as duas instituições decidiram celebrar um protocolo, com o intuito de conseguir que alguns antigos estudantes disponibilizem quartos nas suas residências, para permitir a integração de actuais estudantes que ainda não arranjaram onde ficar. Mediante um preço justo, não especulativo.
É este apelo que aqui deixo aos antigos estudantes, sublinhando que assim estarão a contribuir para proporcionar um melhor futuro a jovens promissores – que, de outra forma, se verão impedidos de prosseguir os estudos.
Pedimos aos que aceitem disponibilizar alojamento a estudantes, o favor de contactarem a AAEC, por e-mail (aaec@aaec.pt) ou através do telemóvel 916 867 216.
Em nome destes jovens construtores do porvir, aqui fica, desde já, a nossa gratidão!

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