Festival Linha de Fuga exige mais apoio da Câmara para ficar em Coimbra

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A organização do Linha de Fuga pede mais apoio à Câmara de Coimbra para permanecer na cidade e o município garante que quer que o festival se mantenha no concelho.

O festival e laboratório experimental Linha de Fuga terminou este mês a sua terceira edição, com a organização a fazer um balanço positivo da iniciativa, mas sem deixar de referir os problemas financeiros que atravessa.

“O saldo negativo é de entre 10 e 15 mil euros”, disse à agência Lusa a responsável do Linha de Fuga, Catarina Saraiva, classificando a situação de crítica e pondo em causa a própria continuidade do festival na cidade.

Por isso, a organização pondera deslocalizar-se para um concelho que apoie o evento com outros meios.

Segundo Catarina Saraiva, no anterior executivo (liderado pelo PS), a organização recebia um apoio de três mil euros anuais e, este ano, quando pediu 30 mil euros, já com novo executivo na liderança da Câmara, o festival recebeu um apoio à atividade permanente de quatro mil euros.

“Ingenuamente, pensávamos que íamos receber mais, face à dimensão do evento e num momento em que ficámos em primeiro lugar no concurso à Direção-Geral das Artes para apoio pontual máximo [50 mil euros]”, realçou.

Os mil euros a mais ficam “muito aquém das necessidades”, quando os 30 mil euros pedidos à Câmara de Coimbra representariam “menos de 30%” do orçamento da associação para este ano, frisou.

“Temos uma estrutura ainda bastante precária por causa destas situações. Este ano, a associação conseguiu ter duas pessoas com contrato de trabalho, mas essa situação vai ter de terminar no final do ano. Toda esta dinâmica desenvolvida de acreditar que existiria reconhecimento foi uma ingenuidade da nossa parte”, referiu Catarina Saraiva.

Os resultados do apoio à atividade permanente chegaram no arranque do verão e “já muito em cima do festival” para permitir à organização fazer alterações substanciais.

Catarina Saraiva realçou, no entanto, que a Câmara sempre mostrou abertura, reconheceu a importância do festival e assumiu a vontade de “que no futuro exista esse reconhecimento”.

“O problema é que não sei se chegamos a esse futuro”, constatou Catarina Saraiva.

“Caso não haja apoio, poderemos pensar em quem quer acolher o Linha de Fuga, que cidade poderá estar interessada em dar um apoio que consideremos viável e condigno. Quatro mil euros é tudo menos digno para o trabalho que fazemos”, frisou.

Em resposta à agência Lusa, o município realçou que os quatro mil euros atribuídos este ano foram com base nos critérios do regulamento de apoio em vigor, aprovado pelo anterior executivo, esclarecendo ainda que o festival fez uma candidatura a apoio financeiro de cariz pontual, que foi excluída por a autarquia não poder “atribuir duplo financiamento à mesma atividade”, tendo sido feito um esclarecimento à associação.

“A Câmara Municipal de Coimbra considera relevante o trabalho desenvolvido pela Linha de Fuga, nomeadamente o seu enfoque no estímulo e apoio aos processos criativos”, vincou.

O município realçou ainda que o festival “dever permanecer em Coimbra”, por ocupar “um lugar pertinente naquilo que é a programação cultural do concelho”.

Para “poder enquadrar e consolidar o apoio camarário a este (e outros) tipo(s) de projetos específicos de continuidade”, a Câmara de Coimbra está em processo de criar um novo programa de apoio cultural “para que a autarquia possua um instrumento transversal, atento à realidade atual”, explanou a autarquia.

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