Opinião: Férias…

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No solstício de Verão, o calor que se faz sentir nestes meses deveria ser sinónimo de férias, de descanso e de boa disposição. E exactamente por isso, nesta Estação do ano, o Homem é empurrado para a criação de emoções diferentes, encontros diferentes e manifestações de vida também diferentes do resto do ano. É também a altura de os amigos, mesmo que não muitos, se procuram juntar … o que vale sempre a pena! É sempre importante criar, neste pequeno espaço de tempo, um mundo mais florido e, pelo menos temporariamente, direccionar o tráfego do pensamento para uma ausência de preocupações, reduzindo tudo o que não seja estritamente essencial. Todavia, apesar de querer estar e continuar em férias, não deixei de comprar nem de ler alguns jornais ou algumas revistas e alguns dos tempos que ultimamente vivemos são (ou desejamos que sejam) para esquecer.
Deixo aos leitores deste texto, mais reduzido porque um texto em férias, alguns dos acontecimentos ou episódios que, neste solstício de Verão, foram carimbando a minha memória:
O tumulto da guerra entre a Rússia e a Ucrânia, e as sucessivas visitas de políticos importantes que esta foi recebendo, não nos permitem vislumbrar algo de bom a curto prazo.
A viagem espacial de Mário Ferreira, o esbanjamento na concretização dos seus sonhos, mas, simultaneamente, a inveja que despertou em alguns célebres cronistas da nossa praça a ponto de servir para escreverem alguns artigos sobre tal.
Um sobe e desce do caso de Sérgio Figueiredo e Fernando Medina, que não os libertou do abandono a que foram votados por alguns governantes … mas fez correr muita tinta.
A velha discussão do aeroporto que não tem lugar para onde ir … e parece ficar à espera que Portugal aumente o seu espaço.
Um Presidente da República que, pelo menos, nos distrai com a inovação de dar uma entrevista ao volante do seu próprio carro …, enquanto faz uma viagem de Belém a Viseu.
Uma avaliação do saldo do S.N.S. que parece estar em curso com o que se passa com os serviços de ginecologia e maternidades a fechar e a abrir, sem que se apresente uma solução à vista. A ausência de informações sobre os casos da Pandemia Covid-19!… Aparentemente tudo se processa como se tivesse terminado. As máscaras, com dois ou três casos excepcionais, desapareceram … e quem as coloca dá nas vistas! Eu própria, que usualmente também não as uso, trago sempre uma comigo, como companhia para situações imprevistas. Mas de números não sei nada!.. O poeta António Ramos Rosa escreveu “a minha alma não dança com números”. A minha também não dança com números, mas que eu gostava de saber o número de infectados e de óbitos, isso gostava!…
Leu-se ou ouviu-se qualquer coisa sobre a “Festa do Pontal” … sobre as “Festas da Senhora d’Agonia” … do “Festival de Paredes de Coura” … mas não se sabe onde está o Governo ou por onde andam os governantes do meu País!…
Entretanto, o meu País continua a arder …
Em pleno período de férias, que deveriam ser de descanso e de boa disposição, deixo o desabafo de que gostava de ver o meu País repensado.

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