Opinião: A cidade deve pôr fim às touradas?

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Sim
Mas como? A cidade não tem poder de influência sobre o Coliseu Figueirense. Quando as praças de touros são públicas, pode escolher-se não realizar touradas. Na Figueira isso não está ao alcance do poder político porque a arena é privada. Não é fácil impedir, nem ao nível do licenciamento porque (não tendo sequer que licenciar o recinto) os espetáculos tauromáquicos são autorizados pela Inspeção Geral das Atividades Culturais.
A pouca participação que o Município tinha, já há anos que deixou de ter, que era a venda dos bilhetes no posto de turismo. Este ano, não sei. Entre a brutalidade desnecessária e a manutenção de uma atividade que também é económica, acho que há hipótese de encontrar o meio termo e acabar com a brutalidade sem prescindir da tradição.
Na Califórnia todos os anos se fazem touradas. A tradição, levada por emigrantes portugueses, teve que se adaptar às leis do estado, muito incisivas na defesa dos animais. Utilizam-se bandarilhas apetrechadas com velcro que também é colocado no dorso do touro. Porque não, fazer o movimento inverso e fazermos nós agora como se faz lá.
A ideia, aliás, já foi introduzida no nosso Parlamento em 2017, por dois deputados socialistas. Acredito que, entretanto, tenha ganho contributos de outras forças políticas. Tenho esperança que estejamos mais perto de as corridas de touros em Portugal sofrerem uma verdadeira reviravolta civilizacional.

 

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