“Sinto-me feliz quando jogo”. Devia ser este o principal motivo de qualquer jovem praticante de um desporto, mas, em muitos casos, há crianças e jovens que não podem praticar qualquer tipo de modalidade. A frase é de Momina, de 13 anos, que deixou o Afeganistão e encontrou em Portugal, na cidade de Coimbra, e na Secção de Futebol da Académica (AAC/SF) uma nova casa que lhe permite ter alegrias que no seu país natal estavam proibidas pelo regime talibã.
Com um sorriso contagiante, que oculta a dureza que deixou para trás em Cabul, Momina, é, no relvado do Estádio Universitário de Coimbra ou no Campo Santa Cruz, uma criança igual a qualquer outra. “Quando jogo futebol consigo estar relaxada e consigo esquecer tudo o que é difícil na nossa vida”, contou ao DIÁRIO AS BEIRAS.
As dificuldades, naturais, com a língua portuguesa contrastam com a facilidade do diálogo em inglês e só há algo que Momina aprecia mais do que futebol. “O que mais gosto cá é de conseguir estudar numa escola. Quando vamos à escola encontramos os nossos amigos e conseguimos ser felizes”, assume sem qualquer problema a jovem que vai jogar na equipa sub-13 da AAC/SF.
Depois de deixar para trás o Afeganistão, Momina chegou com a família a Portugal há um ano e está “há cerca de oito meses em Coimbra”.
O nervosismo habitual de quem, pela primeira vez, dá uma entrevista, diverge da naturalidade com que a jovem fala da dura realidade vivida no Afeganistão. “Sou muito feliz em Portugal. As raparigas que estão no Afeganistão não conseguem ter uma boa situação. Elas são muito talentosas, mas a situação é tão difícil para elas que não conseguem ir à escola”, lamentou, tendo deixado um desabafo: “Desejo que esse cenário (não ser permitido às raparigas estudar) mude e que elas, no futuro, possam ir à escola”.
Ler noticia completa na edição impressa e digital do DIÁRIO AS BEIRAS em 29/09/2022