Entrevista: Verão foi histórico ao nível das dormidas na região

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DR/Pedro Ramos

O tema da edição 2022 do Dia Mundial do Turismo é “Repensar o Futuro”. De que forma é que a Turismo do Centro está a preparar os próximos desafios no setor?
Queremos enfrentar os próximos desafios de várias formas. Em primeiro lugar, queremos assegurar a sustentabilidade de toda a atividade turística na região. Para isso, estamos a desenvolver o projeto “Centro Sustentável”. Queremos que Centro de Portugal seja uma região cada vez mais competitiva, mas acautelando os princípios da sustentabilidade, não só ambiental mas também social e económica. Repensar o futuro do turismo é pôr esta atividade ao serviço das populações. É fundamental que todos os agentes da atividade turística, em conjunto, assumam que o Turismo de nada serve se não contribuir para a melhoria da qualidade de vida das populações, se não se refletir no desenvolvimento das comunidades. Em paralelo, vamos continuar a apostar nos nossos produtos mais maduros, como é o caso do Turismo Cultural e Patrimonial. E continuamos atentos às novas tendências da procura, que têm um grande potencial no Centro de Portugal, em particular os casos do Turismo Ativo e Desportivo, mas não só. A este nível, queremos captar para a região grandes eventos desportivos e continuaremos a impulsionar o desenvolvimento da oferta no pedestrianismo, cicloturismo, e nas atividades náuticas, nomeadamente, o surf e as estações náuticas. O nomadismo digital e o turismo industrial são outros dois produtos recentes que encaramos com possibilidade de atrair novos visitantes.
Que balanço é possível fazer já do Verão 2022 na região Centro?
O balanço é claramente positivo. Embora os números sejam ainda provisórios, e apenas até julho, verificamos que as dormidas no ano de 2022 estão ao nível das de 2019, que era o ano de referência para o país e para a região, e em alguns casos até as ultrapassam.
No Centro de Portugal, entre janeiro e julho de 2019, as dormidas totalizaram 3,769 milhões. Este ano, segundo os dados provisórios do INE, entre janeiro e julho houve 3,698 milhões de dormidas na região. Ou seja, apenas menos 1,8% do que no melhor ano de sempre.
Mas como estes são números provisórios, os definitivos serão provavelmente superiores. Se analisarmos apenas as dormidas entre abril e julho, mais perto do verão, os números de 2022 já ultrapassam os de 2019 e temos a grande esperança de que o mesmo se verificou em agosto e setembro. O grande movimento que assistimos nesses meses nas nossas cidades e aldeias é o melhor indicador de que o verão foi histórico ao nível das dormidas na região.
Quais são as perspetivas para o último trimestre do ano? E para o próximo ano?
As perspetivas são animadoras, embora as nuvens negras que a inflação e a guerra na Ucrânia levantam sobre a economia europeia e mundial possam colocar um travão na recuperação anunciada. Portugal é visto como um destino preferencial por quem privilegia a segurança como fator preponderante nas escolhas. Foi isso que aconteceu logo após a pandemia, em que as zonas menos massificadas do país assistiram a um incremento da procura, e foi isso que aconteceu neste verão, quando outras zonas da Europa foram consideradas potencialmente perigosas. Portugal, e o Centro de Portugal em particular, dispõe de uma oferta turística de grande qualidade, a preços convidativos e que tem vindo continuamente a melhorar. Quem nos visita reconhece essa mais-valia, pelo que só temos de estar otimistas para o último trimestre do ano e para 2023. Apesar, repito, das nuvens negras que ameaçam a economia e que podem fazer abrandar a procura.

Ler entrevista completa na edição impressa e digital do DIÁRIO AS BEIRAS em 27/09/2022

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