As qualidades dos figueirenses são muitas e variadas, sendo difícil destacar “a qualidade”. Contudo, nota-se que muitos figueirenses contemporâneos, nasceram fora da Figueira, mas adotaram a cidade como sua. Remete-nos este facto para uma qualidade de grande importância, a tolerância e aceitação de quem vem de outra terra.
Considerando somente os presidentes de Câmara depois do 25 de abril de 1974 ficamos com um retrato, limitado mas interessante, dos arquétipos figueirenses, nas suas qualidades e defeitos.
Desde Joaquim de Sousa a Santana Lopes os diversos presidentes espelham quem somos nós, povo figueirense na contemporaneidade, com as respetivos defeitos e virtudes, entre figueirenses de gema (Joaquim de Sousa, Duarte Silve) e pessoas adotadas como sendo da terra (Aguiar de Carvalho e Santana Lopes) até outros (João Ataíde) que mesmo vindo de terras rivais (Coimbra) foram aceites e respeitados pelo que fizeram, e não pela sua terra de origem.
Essa qualidade é patente também na forma como recebemos estrangeiros na Figueira. Esta vertente tem uma tradição histórica, sendo marcante na história da cidade o acolhimento de refugiados na II Guerra Mundial, judeus e europeus vindos da Europa ocupada pelos nazis. O mesmo se passa atualmente com o esforço em receber ucranianos que fogem da invasão e destruição da guerra provocada pela Rússia.