NÃO! A Feira das Freguesias é um evento honesto: porque envolve pessoas que entregam, à comunidade, tempo, energia e, por vezes, até recursos materiais próprios; porque mostra culturas, gostos e modos de fazer com algum tradicionalismo; e porque foi capaz de criar uma certa continuidade própria, apesar das vicissitudes circunstanciais dos calendários eleitorais e, até, de eventuais devaneios eleitoralistas.
Não significando, no entanto, que nada pode ser alterado no figurino desta Feira, defendo que a Figueira tem de se posicionar no roteiro dos grandes eventos gastronómicos nacionais, onde já lá estão o sarrabulho de Ponte de Lima, o fumeiro de Vinhais, o leitão da Bairrada, o marisco do Algarve ou a cereja de Resende, por exemplo.
Para isso, é urgente estudar, para encontrar um produto identitário e identificador da região, constituir um alargado, multidisciplinar e consensual grupo de trabalho, e agregar vontades e recursos, materiais e humanos, disseminando a proposta desse Grande Evento Gastronómico da Figueira, primeiro ao nível concelhio, e depois aos níveis nacional e internacional.
Neste caso, nem concorreríamos com outros grandes eventos gastronómicos, porque, não havendo coincidência de datas, há espaço para todos. Uma das melhores formas de conquistar alguém não continua a ser pelo estâmago?!…