Opinião: “A pandemia covid-19 vai continuar por cá”

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A pandemia COVID 19 trouxe importantes alterações na vida das populações em todos os países do Mundo
A vacinação começou em Portugal no final de Dezembro de 2020 e rapidamente se atingiram percentagens elevadas de cobertura vacinal, graças ao esforço dos profissionais dos cuidados de saúde personalizados.
A eficácia das vacinas está, no entanto, sujeita a várias contingências o que tem obrigado a doses de reforço e estaremos este ano ainda sujeitos à 4ª dose que se irá iniciar pelos mais idosos e certamente irá sendo alargada a outros grupos etários.
Tem-se verificado um aumento crescente de infetados em pessoas completamente vacinadas e até naqueles que já estiveram doentes.
Assim apesar de por várias vezes se ter anunciado o fim da pandemia, torna-se evidente que o problema não está resolvido e continuará presente no nosso quotidiano, como tem sido demonstrado pelos números de infetados e mortos, mais recentes.
À população tem sido sinais no sentido da desvalorização das medidas preventivas da infeção com consequências negativas e que contribui para os números de casos que estamos a enfrentar.
Tem sido crescente o número de doentes que tiveram infeção COVID 19, e que apresentam sintomas prolongados, cerca de 10% do total de infetados, às vezes por mais de três meses, alguns com gravidade, em especial a nível pulmonar e que naturalmente vão precisar de cuidados de saúde mais prolongados.
A pandemia tem criado muitos problemas de acessibilidade aos cuidados de saúde não só pelos doentes com infeção COVID, mas também aos portadores de outras doenças.
A gestão de outras doenças e muitos processos de tratamento continuam atrasados.
Continuam a verificar-se atrasos no diagnóstico de doenças crónicas graves, aumento das listas de espera para tratamentos e exames de diagnóstico e medo das pessoas em deslocar-se aos serviços de saúde que vão potenciar uma maior morbilidade e mortalidade por outras doenças.
Há, portanto, necessidade de recuperar o sistema que existia no período pré-pandemia, com maior destaque para o cancro e as doenças cardiovasculares, mas também diabetes e outras áreas como o planeamento familiar e a saúde materno-infantil.
O sistema de saúde tem de estar preparado para dar resposta adequada, até porque após esta pandemia outras poderão surgir.
Há necessidade de reforçar e repor o normal funcionamento dos cuidados de saúde personalizados que são a porta de entrada no SNS e a sua base que permita uma intervenção precoce e preventiva na saúde de todos.
O Médico de Família é o contacto garantido do doente com o SNS, para isso tem de estar em proximidade e disponível. Há que garantir médico a todos os Portugueses e libertar os médicos de atos burocráticos que limitam o tempo disponível para a consulta, para o aconselhamento e esclarecimento do doente.

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