Opinião: É assim que eles são

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Hoje atrevo-me a colocar em perspetiva a “solidariedade” do Portugal europeu na sequência da morte de pelo menos 450 pessoas nas cheias torrenciais que afetam a África do Sul, principalmente na região de Durban, na costa leste do país, onde 40.000 pessoas permanecem desalojadas.
Após a destruição por completo de centenas de casas, pontes, estradas, escolas, hospitais e infraestruturas essenciais, a crise humanitária que se instalou é de uma escala e magnitude sem precedentes no país e na região.
Em Durban, a cidade portuária da província de KwaZulu-Natal mais afetada pelas catastróficas cheias, com 3,5 milhões de habitantes, vivem cerca de 30.000 portugueses dos cerca de meio milhão radicados na África do Sul.
Todavia, Portugal só conseguiu ter capacidade para enviar quase duas semanas depois das cheias uma curta mensagem de condolências ao Presidente sul-africano Cyril Ramaphosa, a quem Marcelo Rebelo de Sousa transmitiu “a solidariedade de Portugal neste momento difícil, bem como sentidas condolências aos familiares das vítimas”.
É inaceitável a atuação de Portugal para com a África do Sul, visto que em março de 2019, quando o ciclone Idai atingiu o centro de Moçambique – país com cerca de 20.000 portugueses registados nos consulados -, o Governo português e mais de 40 elementos da Força Aérea, da Marinha e do Exército realizaram uma missão de nove dias na Beira, para distribuir alimentos e água potável e prestar auxílio às populações após o ciclone que provocou a morte a pelo menos 501 pessoas.
“Em menos de 12 horas estavam preparados e embarcaram a caminho de Moçambique numa missão humanitária, numa situação de catástrofe e tragédia […]”, propagandeou o Governo português.
Como se justifica que não se tenha enviado também uma missão de ajuda humanitária no espaço de 12 de horas à África do Sul?
Porquê discriminar as vítimas do desastre natural na cidade sul-africana de Fernando Pessoa?

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