Opinião: “Como anda a 2ª maior economia do mundo”

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Num tempo em que a Europa enfrenta dias que todos esperávamos nunca mais ter que vivenciar, salvo em visitas pedagogicamente esporádicas a museus, a China insiste com a sua politica tolerância-zero à covid-19, apesar das tímidas e ainda escassas vozes que vão alertando para a necessária mudança de paradigma, face à situação económica e à inevitabilidade que será conviver com o vírus.
Ao longo destes dois penosos anos, foram já muitas as cidades e províncias alvo de confinamentos compulsórios, para além de todo um conjunto de medidas draconianas de entrada quer no Continente, que nas duas Regiões Administrativas Especiais.
A poucos meses do Congresso do PC Chinês, o país enfrenta uma nova vaga da pandemia, ao mesmo tempo que procura atingir o patamar de crescimento económico de 5,5% definido para 2022, malgrado os permanentes lockdowns, restrições de transporte e testes em massa.
Com Shangai, a cidade mais populosa e o centro financeiro do país confinada, as autoridades prometem reduzir impostos para comerciantes, mantendo o porto da cidade, o mais movimentado do mundo, a operar, com vista a limitar as interrupções na indústria e no comércio.
Também os mercados financeiros, já apreensivos com a guerra na Ucrânia e a subida das taxas de juros nos Estados Unidos, refletiram, para desespero dos investidores, mais este constrangimento.
Por outro lado, as pequenas empresas, as mais vulneráveis durante a pandemia mas a principal fonte de emprego em toda a China, queixam-se que os controlos pandémicos demasiado rigorosos não os deixam trabalhar, clamando mais apoio de Pequim, ainda que já tenham sido anunciados 2,5 triliões de Yuans em abatimentos fiscais para este ano
Apesar dos muitos sinais de instabilidade da segunda economia do mundo, o Partido Comunista Chinês lá vai tentando ajustar a sua estratégia de “tolerância zero” à covid-19, para conter a perda de empregos e outros custos económicos, correspondendo às novas diretivas definidas pelo Presidente Xi Jiping, numa altura em que grande parte do resto do mundo já está a mudar para viver com o vírus.
Embora a frustração esteja a crescer entre as empresas nacionais e estrangeiras na China, é provável que este rigoroso controlo assim continue, uma vez que o foco do governo está completamente direcionado para a manutenção da estabilidade política antes do 20º Congresso do Partido Comunista no Outono.

(Pode ler a opinião na edição impressa e digital)

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