Opinião: A importância do SA Agulhas II para a Humanidade

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O navio de investigação científica sul-africano, SA Agulhas II, encontrou no mês passado no Mar inóspito da Antártida os destroços do Endurance do explorador inglês Sir Ernest Shackleton, onde jaziam há 108 anos a mais de 3.000 metros de profundidade.
A recente missão à Antártida sublinha a capacidade de liderança da África do Sul – que os países ocidentais, incluindo Portugal, isolaram com um bloqueio aéreo no fim do ano passado por ter divulgado a descoberta da variante ómicron do vírus que causa a covid-19 -, no campo da ciência marítima e do clima.
Com 134 metros de comprimento, dez pavilhões, uma tripulação de 45 pessoas e oito laboratórios para 100 cientistas, o SA Agulhas II foi construído como navio de abastecimento polar e de pesquisa científica, servindo as estações que a África do Sul mantém na Antártida e nas ilhas de Marion e Gough, no Atlântico Sul.
Este navio, que é da propriedade do ministério das Florestas, Pesca e Ambiente sul-africano, serve também de plataforma de formação de estudantes de estudos superiores e pós-graduados, desde a oceanografia à ciência atmosférica.
Desde 2012, o SA Agulhas II percorreu quase 3.000 quilómetros em pelo menos cinco viagens de inverno entre a Cidade do Cabo e a Antártida. As expedições serviram para analisar e validar modelos de previsão do clima, no futuro.
Segundo os cientistas da Universidade do Cabo, o Oceano Antártico é a mais importante de todas as regiões oceânicas para o clima da Terra, porque sem ele o nosso planeta não seria habitável.
Numa altura em que os europeus advogam a guerra em várias geografias, é significativo verificar que um dos maiores navios quebra-gelo do mundo seja hoje de propriedade e operado pelo único país africano signatário do Tratado de 1961 que protege a Antártida e os seus ecossistemas circundantes da exploração e anexação, sendo também uma plataforma de investigação científica de relevância internacional.

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