Não defendo a internalização da empresa municipal Figueira Domus sem que haja uma clarificação das vantagens inequívocas do processo.

Em primeiro lugar um louvor à gestão da Domus que nos últimos anos, tendo como administrador executivo o arq.º Rui Duarte, antecedido pelo dr. Hugo Rocha, conseguiu resultados positivos, amortizando a dívida, gerindo 560 fogos.

A Domus tem uma missão difícil e exigente, a gestão da habitação social do município com todos os conflitos inerentes ao alojamento de pessoas carenciadas.

Oxalá se o novo presidente da Câmara dê continuidade ao trabalho realizado, mantendo os recursos humanos que permitiram esta recuperação desde 2009, altura em que foi eleito João Ataíde.

Internalizar agora será colocar em questão estes recursos.

Uma nota prévia ainda sobre as empresas municipais (EM) que surgiram há cerca de 20 anos como formas jurídicas que permitem agilizar processos de contratação. Infelizmente as EM na Figueira serviram para esconder a dívida e o passivo municipal.

Relembro que todos os anos os figueirenses pagam mais de um milhão de Euros de juros à Banca para amortizar a atual dívida de sete milhões.

E há Bairros de habitação social que foram mal construídos e não cumprem com a sua missão, ou seja, representam dinheiro mal gasto.

Evitemos repetir decisões fáceis para problemas sociais que requerem estudo e ponderação. A internalização precipitada será um erro.