A construção de uma nova ponte sobre o Mondego, apesar de integrada na Rede Europeia de Ciclovias (EuroVelo), contém muito do que, infelizmente, acompanha os processos que envolvem decisões importantes para o futuro das pessoas e respetivos ecossistemas.
De facto, vale a pena recordar que esta ponte foi apresentada sem ter sido elaborado qualquer estudo prévio, tendo passado, também sem qualquer explicação convincente, de ciclável/pedonal (a permitir a passagem de uma ambulância em caso de necessidade) a ligar Alqueidão e Vila Verde, para ciclável/automóvel, embora de apenas uma via alternada, a ligar Alqueidão e Lares, mas com semáforos “inteligentes” – ou seja, de um investimento de cerca de 750 mil euros, passou-se para 3.4 milhões…
Há um ano, defendi, neste espaço, que a obra não deveria prosseguir sem uma ampla discussão pública, dado que 1 ) existe uma crónica desarticulação da cidade com a zona sul; 2 ) é fundamental definir o futuro da ilha da Morraceira; 3 ) deve ser elaborado um estudo sobre a acessibilidade das populações e das empresas do sul à cidade e ao norte do concelho, que contemple a razão custo-benefício de qualquer decisão a tomar.
E volto a outra ideia: em vez de faixas de rodagem automóvel na nova ponte, porque não abrir um nó na A17, no Alqueidão, o que favoreceria população e indústrias, retiraria a passagem de veículos pesados do centro do Paião e melhoraria a ligação a Soure?
Feliz 2022!