Opinião: O agora e o depois …

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Há campos obrigatórios que se registam no agora para que o eficiente e o sustentável cresçam no depois. E o depois não pode estar a curta distância mas, no mínimo, a uma média distância, de modo a poder correcta e atempadamente ser avaliado, para continuar ou não a seguir-se o mesmo caminho.

Em Portugal, iniciou-se a toma da terceira dose da vacina anti-COVID e, de novo, surge a confusão, embora os dirigentes, teoricamente mais responsáveis, digam que está tudo bem, que tudo está sob controlo.

Já não consigo ouvir mais (pois já no ano passado ouvi o mesmo) a expressão “conseguimos salvar o Natal?” É uma pergunta, completamente descabida, que repetidamente vemos os jornalistas fazer a Marcelo, António Costa e a diversos membros do Governo.

Nós não temos de “salvar o Natal”. Nós temos é de salvar os cidadãos desta pandemia, de salvar a esperança da recuperação dos infectados, de evitar ao máximo as suas vítimas mortais. E o que me interessa “salvar o Natal” se, logo a seguir, tivermos nova crise (“nova onda”) e perspectivas de mais medidas rigorosas ou até confinamentos?!

Criou-se um quadro de mudanças para aliviar as medidas restritivas, mas um quadro quase sem regras ou limitações, esquecendo-se que a pandemia continua a ser o caixilho desse quadro. Um quadro de que fazem parte bares abertos, discotecas abertas, restaurantes que deixaram de respeitar distâncias, pessoas sem máscara dentro de recintos fechados, etc. E que regras deveriam continuar a ser respeitadas? E quem controla (não estamos a falar de violação das liberdades individuais … não me venham com isso…) os comportamentos inadequados? Para quê? … A pandemia já não existe!… Pelo menos, tudo se passou como se a pandemia já tivesse chegado ao fim. Resultado?! O número de casos voltou e está a aumentar!… E não tenham dúvidas de que a ilusão do contrário é uma traição descomandada, quando não forçada por motivos ocultos ou razões políticas (sempre as consequências socioeconómicas …) que, vindas dos corredores do poder, encostam os cidadãos a paredes de becos sem saída!…

Se foi duro confinar (e foi … e muito …, individual, familiar, social, economicamente …), o poder político deveria ter sido prudente e coerente quando se propôs abrir as portas. Vejam-se as consequências na vadiação desmedida no Bairro Alto em Lisboa ou na Baixa do Porto, em que a “libertação” se transformou em paisagens nocturnas de embriaguez nas ruas e cenas de pancadaria entre desconhecidos. Cenas incontroláveis pela polícia … uma polícia perdida ou desorientada na sua total incapacidade de qualquer acção eficaz … sempre receosa de ser acusada de “uso excessivo da força”!…

E agora? O que aprendemos com a pandemia? Que nada será igual no futuro … ouve-se dizer!… Mas, por um lado, ficamos à espera das decisões políticas: Um orçamento não aprovado, crises nos diversos partidos que parecem séries de filmes de ficção, novas eleições à vista, sem sequer imaginarmos qual o plano de escolha que se oferece aos cidadãos. Por outro lado, e após um bom plano de vacinação da primeira e segunda dose, surge outra vez a confusão e anarquia: A terceira dose da vacina, tratada como um verdadeiro baralho de cartas sem regras claras e convincentes – primeiro, por chamada para maiores de 80 anos; depois, “casa aberta” para maiores de 65 anos; depois, para profissionais de saúde; primeiro, nos Centros de Saúde, agora, já também em centros de vacinação … Depois ainda, onde está o quadro de dados sobre o COVID-!9, mas um quadro actualizado e transparente? Acabaram as reuniões do INFARMED, voltaram as reuniões do INFARMED… sempre agora e depois!… Quem adivinha o depois se não entende o agora?

Sinto-me triste no meu País! Como vai ser o resto das nossas vidas?

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