Opinião – A virtude está ao Centro

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Está mais que provado que eventos de dimensão nacional funcionam muito bem e têm adesão popular quando organizados em Coimbra e, portanto, fora do circuito centralizador de Lisboa.

Foi, assim, há muitos anos com os magníficos concertos dos U2 e dos Rolling Stones e, mais recentemente, de Andrea Bocelli. Repetiu-se, este fim de semana, com uma grande jornada dedicada ao rugby e com os jogos das seleções nacionais. Milhares de pessoas – com destaque para o ambiente familiar – provenientes de todo o país, fizeram de Coimbra um palco privilegiado para a organização bem-sucedida de eventos desportivos. Quem esteve nestes momentos não esquece!

Ora, e voltamos a bater nesta tecla, num país com a nossa dimensão, a descentralização cultural e desportiva – para além das já batidas política e administrativa – deveriam ser uma prioridade. Na ótica de quem promove, organiza e de quem acolhe. E isso depende dos agentes públicos, mas também (e muito) dos privados. As perceções corrigem-se e atualizam-se…

Coimbra tem condições ímpares: a localização geográfica, as infraestruturas existentes, a acessibilidade, a capacidade aquisitiva do público local, entre outras. Era, assim, importante a definição de uma estratégia conjunta por parte dos agentes locais (e regionais) para confirmar esta vocação natural de Coimbra.

A ambição do projeto de “Coimbra, Capital da Cultura 2027” insere-se nesta lógica e é por maioria de razão absolutamente estratégico para a confirmação do potencial existente. É muito mais que “show off” e, acima de tudo, é uma oportunidade para, por via de um projeto cultural profundo, ter a capacidade de transformar a comunidade, consolidar os impactos económicos das indústrias criativas e projetar novas infraestruturas para o futuro.

Depois do sucesso deste fim de semana não se pode esperar que daqui a uns anos, dependendo da vontade terceiros, possam eventualmente voltar a organizar-se grandes eventos em Coimbra. Não, é imperativo que localmente – da Universidade aos empresários, da Câmara aos agentes culturais e desportivos – todos se sentem à mesa e projetem a ambição. Ganhando Coimbra, ganha o país!

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