Instituto de Engenharia de Coimbra aposta na modernização do modelo pedagógico

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O presidente reeleito do Instituto Superior de Engenharia de Coimbra (ISEC), Mário Velindro, disse hoje que é necessário modernizar o atual modelo pedagógico para o colocar ao nível dos sistemas de ensino superior mais inovadores da União Europeia.

“Não podemos ensinar hoje como ensinávamos. E vamos ter de adaptar conteúdos e as formas de ensinar e de investigar em tempos de transição digital, científica e de paradigmas”, disse o responsável, na tomada de posse para um segundo mandato de quatro anos.

Na sua intervenção, Mário Velindro disse que os próximos anos vão ser “virados para dentro”, agora que as relações com o exterior e “o mundo real estão consolidadas, alargadas e fluidas”.

Salientando que é preciso “modernizar as unidades curriculares” relacionadas com a tecnologia para continuar a inovar a oferta pedagógica, o presidente do ISEC afirmou que, neste mandato, a sua equipa vai continuar a trabalhar de “forma próxima e intensa com o Conselho Técnico-Científico, dando uma grande atenção aos conteúdos programáticos e à distribuição do serviço docente”.

“Se há um período da história da humanidade em que o ensino e a ciência em engenharia mais evoluções e uma permanente revisão de conceitos e de conteúdos requerem, é este tempo em que vivemos”, sublinhou.

Mário Velindro propôs a redução das cargas letivas dos docentes e alunos para acompanhar os sistemas de ensino “mais inovadores da União Europeia”, em que os alunos têm uma média entre 12 e 16 horas letivas semanais, dedicando o resto do tempo ao estudo a solo e ao aumento de trabalho de investigação nas empresas e nos laboratórios.

“Nós em Portugal estamos com 23 a 25 horas letivas semanais, o que corresponde a um modelo de ensino magistral que já não se adapta aos nossos tempos digitais e de acesso aberto à informação e, muito menos, à aprendizagem e à prática da engenharia”, frisou.

Para Mário Velindro, é um “imperativo pedagógico pressionar a tutela – o Ministério da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior e a A3ES, a Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior – para que possamos igualar-nos aos melhores sistemas de ensino europeus”.

Segundo o presidente do ISEC, a forma de ensinar engenharia terá de passar por outros processos condizentes, não só com as ferramentas tecnológicas de que se passou a dispor, mas também com as sucessivas gerações de alunos nativos digitais” que o estabelecimento passou a receber.

Durante o evento de tomada de posse, o presidente reeleito valorizou a abertura de novos cursos no ISEC direcionados a ajudar na transição digital dos setores da saúde, da proteção do território, da construção sustentável e das funções fiscalizadoras do Estado, ao mesmo tempo que salientou a sua importância para a “forçosa adaptação climática que os dias impõem”.

Segundo Mário Velindro, o objetivo foi abrir o ISEC aos grupos empresariais mais inovadores que operam na economia portuguesa, nas “áreas da saúde, da proteção do território, da construção sustentável, das funções fiscalizadoras do Estado, de todos os patamares e níveis onde se desenrola a transição digital e a adaptação climática”.

“Nos últimos quatro anos apostámos em formar quadros altamente qualificados para valorizarem uma economia cada vez mais digital, que deve evoluir para ser cada vez mais energeticamente sustentável e, ao mesmo tempo, mais produtiva”, sustentou.

O presidente do Instituto Politécnico de Coimbra (IPC), que acolhe o ISEC, salientou que a instituição está “a fazer caminho e a criar estratégias que permitam aumentar o número de centros de investigação ou a possibilidade de criar polos de centros já existentes e onde estão, como investigadores, muitos dos nossos”.

Neste caminho de potenciar a produção de ciência, Jorge Conde anunciou que, no início de 2022, o Politécnico vai avançar para a contratação de sete doutores, no âmbito de um projeto já com financiamento aprovado.

O responsável anunciou ainda a apresentação de candidaturas até 15 de dezembro para “dois ou três” Laboratórios Colaborativos, “que farão a diferença” no IPC.

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