Candidata à inscrição no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, a calçada portuguesa que nos é apresentada no urbanismo de hoje teve início no século XIX, ainda que a sua origem remonte a meados de 1500, aquando da introdução dos pavimentos calcetados.
São inúmeros os exemplos de calçada portuguesa espalhados pelo mundo, e Macau não é exceção.
A utilização deste tipo de pavimento enquanto projeto urbanístico (Largo do Senado) foi introduzido em Macau na década de 90 com o intuito de materializar uma herança portuguesa no território antes da transição da soberania de Portugal para a China. Com semelhanças ao padrão que ornamenta o famoso Calçadão de Copacabana, no Rio de Janeiro, as ondas protagonizam o percurso pedonal do Largo do Senado.
Pese embora a calçada portuguesa faça parte da identidade da cultura portuguesa em geral e da identidade do urbanismo e paisagismo das cidades em particular, em Macau o movimento de fusão cultural reflete-se também nesse tipo de pavimento. Deste modo, tendo em consideração as orientações dos mestre de Feng Shui, os padrões e motivos que ornamentam as ruas da região apresentam formas mais arredondadas e figuras associadas a elementos auspiciosos aceites na cultura oriental: cavalos-marinhos, peixes, estrelas, …
Assim, num passeio pelas poéticas ruas calcetadas de Macau, desafio a cada passo que dou a filosófica unidade substancial do corpo e alma; com os pés a Oriente e a alma a Ocidente.