Opinião- Arte Macau: Bienal Internacional

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Neste segundo verão pandémico, e com a cidade a manter uma das maiores quarentenas do mundo para todos os residentes que regressem ao território assim como a proibição de entrada de turistas estrangeiros, Macau abriu portas à 2ª Bienal Internacional de Arte.
Durante três meses, a cidade transforma-se numa gigante galeria, proporcionando de forma gratuita a todos os que aqui residem e aos turistas oriundos da China continental uma panóplia de exposições em espaços públicos, mostras de artistas locais, colaborações experimentais de docentes e alunos do ensino superior e, ainda, duas palestras temáticas a cargo do curador da Bienal Qiu Zhijie, um dos artistas contemporâneos chineses mais influentes, diretor da Faculdade de Arte Experimental da Academia Central de Belas Artes em Pequim.
Com o lema “criar para o bem-estar” e dividida em várias secções, a exposição principal tem como tema os avanços e recuos da globalização, reunindo mais de 100 trabalhos de artistas internacionais, proporcionando, desta forma, um intercâmbio entre pessoas de diferentes origens, através da beleza criada pela sua arte, ao mesmo tempo que desafia todos os visitantes a um exercício de reflexão e discussão sobre a globalização e a individualidade, a vida e o sonho, longinquidade e proximidade, segurança e felicidade num tempo em que o mundo se fechou e cada um de nós se viu apartado e forçado a um isolamento social que, pelo menos aqui, parece nunca mais ter fim.
Num Macau secularmente assente na sua multiculturalidade e sã convivência de múltiplas comunidades, é incontornável a relevância de uma Bienal como esta, não apenas no que à tão ambicionada diversificação económica do território diz respeito, mas sobretudo, no sinal positivo que nos transmite relativamente ao, hodiernamente, debilitado processo de globalização.
Que a beleza e o brilho da arte e a criatividade dos seus artistas sacudam o cinzentismo e obscurantismo do presente, transformando-se na alavanca para a reabertura da cidade ao mundo, para o regresso da mobilidade sem fronteiras e para o colorido frenesim que fazem de Macau uma cidade verdadeiramente internacional que nos deixa sempre com vontade de regressar.

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