Entrevista ao DIÁRIO AS BEIRAS
A poucos dias do início dos Jogos Olímpicos, como estão os níveis
de ansiedade?
A ansiedade começa a aumentar um bocado, mas, acima de tudo, estou com uma enorme vontade de poder pisar o tapete e mostrar tudo aquilo que eu treinei e trabalhei até agora. Quero viver todo o espírito olímpico.
O que espera da estreia nos Jogos Olímpicos?
Espero, acima de tudo, conseguir demonstrar tudo aquilo que nós temos treinado e trabalhado ao longo destes últimos anos. Não só na preparação específica para a competição, mas tudo aquilo que eu tenho vindo a trabalhar com o João. Foi ele que me lançou na alta competição e isto é um trabalho a dois.
Espero deixar os portugueses orgulhosos, porque é com muito, muito, orgulho que vou representar Portugal. Vou lutar até ao último segundo com ambição de chegar o mais longe possível.
Ser cabeça de série aumenta a pressão?
Não diria que aumenta a pressão, porque não sinto qualquer pressão. Aumenta, isso sim, a responsabilidade. Tenho consciência que as minhas adversárias vão olhar para mim com outro respeito. Sou uma ameaça para algumas..
Sei que vou ser um pouco mais estudada, mas, também, por outro lado, faze-me sentir que me preparei bem e que fiz uma boa qualificação. Para chegar como cabeça de série é preciso ter muito bons resultados ao longo da qualificação, o que não é fácil e eu consegui isso. Acho que tenho mérito em ser cabeça de série. Não sinto essa pressão, porque estou de consciência tranquila por todo o trabalho que fiz até chegar a essa posição e por todo o trabalho que estou a fazer para, digamos, afirmar que essa é realmente a minha posição na competição.
Foi confirmado que a competição não terá público. Que opinião
tem sobre a decisão?
Não posso dizer nada sobre a decisão. Está tomada e temos que a aceitar. Temos de lutar na mesma nessas condições. Apesar de não ter público, sabemos que vamos contar com o apoio de alguns atletas da competição e isso também vai ser bom, pois vamos ter alguém que puxe por nós, e isso é positivo. No meu caso, eu gosto sempre de ter público e, muitas vezes, quando estou cansada e está a ser um bom combate, o próprio público envolve-se na competição e consegue puxar pelos atletas, o que acaba por motivar.
Que balanço faz da preparação para a prova?
Estou extremamente satisfeita com a minha preparação mais específica para Tóquio. Não foi nada fácil. Foi extremamente dura, passei por alguns treinos que não sei bem como os consegui acabar, porque exigiam muito de mim, a nível físico e psicológico. Agora que a grande preparação está feita, basta ajustar alguns detalhes até ao grande dia, sinto-me bastante satisfeita com o que fiz e com toda a entrega que eu e o João colocámos nesta preparação.
Toda a entrevista na edição de hoje, 12 de julho, do DIÁRIO AS BEIRAS