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O festival Elementos à Solta regressa no fim de semana à Cerdeira, aldeia de xisto da Lousã, depois de um ano de interregno provocado pela pandemia, com música, escultura, ofícios, poesia e cinema, anunciou a organização.

A 14.ª edição, que decorre de sexta-feira a domingo, tem como tema “A Reconstrução do Mundo”, frase que surge a partir do poema “A Forma Justa”, de Sophia de Mello Breyner, procurando abordar a necessidade de “uma sociedade mais justa”, disse à agência Lusa a curadora do festival Kerstin Thomas, alemã radicada em Portugal que vive desde 1990 na Cerdeira, aldeia na altura abandonada que ajudou a reconstruir.

À entrada da aldeia, estará a exposição coletiva de 14 artistas que dialoga com o tema do festival, desdobrando-se depois em várias exposições individuais que têm como palco as cerca de 30 casas da Cerdeira, hoje a maioria já recuperadas.

“Se em 2006 [quando o festival começou], as casas em ruínas eram o palco para as peças e havia um contraste muito interessante entre as ruínas e as peças elaboradas, hoje as casas estão muito bem recuperadas e quase competem com as peças”, salientou Kerstin Thomas.

Nas exposições, estarão obras criadas a partir da madeira, cerâmica, têxtil, vidro, papel, barro, azulejo, num “trabalho contemporâneo com técnicas ancestrais”, explicou.

Para além das exposições, vão decorrer pequenas oficinas breves em torno dos mais variados ofícios, dando “um cheirinho” daquilo que são os cursos promovidos pela Cerdeira ao longo do ano, afirmou.

O festival conta ainda com concertos do guineense Kimi Djabaté, Cristina Branco e João Paulo Esteves da Silva, um espetáculo de teatro pelo grupo Cães do Mar e outro pelo Grupo de Etnografia e Folclore da Academia de Coimbra (GEFAC), um espetáculo de marionetas pelo Teatro D. Roberto, e a exibição do filme “O Movimento das Coisas”, de Manuela Serra.

As refeições ocorrem ao ar livre, assim como quase todos os eventos, sendo necessário reserva para lugares sentados nos concertos programados.