Opinião: Unir comunidades

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Todos os anos, a 10 de junho, procuro marcar o dia nacional de forma memorável e diferente. O País e as nossas Comunidades assim o merecem. Quem, como eu, teve o prazer e a honra de servir os nossos concidadãos em tão longínquas paragens como Bafatá, Comodoro Rivadavia, Amsterdão, Hong-Kong, Nuremberga ou Saint-Louis, sabe que o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas não é apenas um momento de comemoração, mas também de apoio, convívio, e de uma necessária renovação de amizades. Espalhados pelo mundo, este dia une-nos e faz-nos sentir, juntos, Portugal.
Em 2019, marquei o dia com uma inesquecível vista sobre o Atlântico, esse oceano que nos define, cercado ao pôr do sol de novos rostos e novas vozes. No país da hospitalidade teranga, os portugueses no Senegal acolheram-me como nós tão bem sabemos fazer.
Um ano volvido, lacerados pelos golpes que a pandemia infligia, por vezes sós e impedidos de viajar, procurei levar aos sete países da África Ocidental por que sou responsável um pedaço digital do mesmo contacto e calor que senti um ano antes. Às ternas palavras que ouvimos desde Banjul, Conacri, Ouagadougou, Monróvia, Freetown e Abidjan, acrescentei a aparição surpresa do único Pedro Abrunhosa, que dedicou em exclusivo a estas sete Comunidades uma canção especial. Talvez no ano mais difícil da minha carreira, os testemunhos de solidariedade que escutei neste dia marcaram-me profundamente.
No próximo dia 10, estarei, assim, em Abidjan, na Costa do Marfim, para novamente celebrar em pessoa com os nossos compatriotas o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Como a minha ideia de diplomacia passa, também, por um #portugalmodernoecompetitivo, esta visita contará, ainda, com uma missão de apoio consular e com uma notícia há muito aguardada. A partir de 2 de julho a TAP voltará, por fim, a voar para Abidjan, assegurando uma ligação essencial para as centenas de portugueses que são, também eles, embaixadores do nosso país neste canto do mundo. Um regresso que saudamos vivamente.
Uma nova e prometida Embaixada reabrirá oportunamente em Abidjan, que servirá de perto os nossos concidadãos, e pela qual sempre me bati. Ficarão as memórias da visita de Estado, dos doces sorrisos das crianças no Hospital Mère Enfant, da honra e orgulho em ter servido uma das Comunidades mais resilientes e solidárias com quem tive o prazer de trabalhar. Na certeza de que até ao último dia continuarei a defender os vossos interesses, porque juntos fazemos a diferença, porque apenas juntos projetamos um País que se orgulha da sua língua, da sua cultura e das suas gentes.

PS – Em memória de Francisco Gaivão
( 1973-2021 ). Até sempre, irmão.

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