Sente segurança sanitária em espaços fechados da Figueira da Foz?

A transmissão da COVID 19 acontece quase sempre por via aérea, inalando gotículas que contêm vírus com origem numa pessoa infetada. Num espaço fechado, por exemplo numa sala de restaurante onde as pessoas tendem a falar alto e a emitir grande número de gotículas, o risco de contágio cresce. O risco diminui substancialmente se o espaço for bem ventilado.

Partindo deste conhecimento sinto-me seguro em espaços interiores bem ventilados, e inseguro quando observo que o ar está estagnado. Desde o restaurante ao transporte público, a questão da segurança sanitária depende muito da qualidade do ar e da distância a que estamos das outras pessoas.

Fiz várias viagens de comboio da Figueira para o Algarve (5 horas) e senti-me seguro. Os estudos mostram que a contaminação em transportes públicos é muito reduzida. Aqui o risco maior é entabular conversa com alguém e não usar máscara. E é isso que acontece frequentemente: as pessoas tiram a máscara para falar, exatamente quando mais precisam desse tipo de proteção abdicam do seu uso. Sinto-me também seguro quando vou às compras. Os espaços por norma são bem ventilados, o contacto com os funcionários é reduzido e o risco de contaminação por superfícies é quase nulo.

Em resumo, o grande desafio da prevenção da COVID 19 em espaços fechados (restaurantes, cafés, gabinetes de atendimento, salas de aula…) está por vencer: garantir a renovação do ar interior em situações climatéricas adversas. Um grande passo nesse sentido será monitorizar obrigatoriamente a concentração de CO2. Contudo, em Portugal nada foi feito nesse sentido, a qualidade do ar interior não é monitorizada, nem nas Escolas, e perde-se muito tempo e dinheiro com a desinfeção de superfícies quando o contágio não acontece por essa via.