A 25 de maio celebra-se o Dia de África. Estabelecido no calendário global como tributo à Organização da União Africana, esta efeméride assinala a afirmação e emancipação do continente africano. Este dia não apenas recorda a luta e o direito à autodeterminação dos povos das diversas nações africanas, como assinala o desejo de um continente mais coeso, livre e desenvolvido. Embora o tema deste ano seja a “arte, cultura e patrimônio: alavancas para construir a África que queremos”, o que marca a efeméride este ano é a recente Cimeira de Paris sobre o financiamento das economias africanas e a agenda do estrangulador peso da dívida sobre o potencial desenvolvimento económico. Segundo o FMI, África enfrenta um déficit de fundos necessários para o desenvolvimento futuro – um déficit financeiro – de USD 290 biliões até 2023. Foi com este preocupante cenário de fundo que Macron deu o exemplo com um perdão de dívida ao Sudão na ordem dos 5 biliões, ao mesmo tempo que apadrinhou um “New Deal” para auxiliar o relançamento das economias africanas e a aceleração da vacinação no continente. Tal como na região da América Latina também em África e segundo a Oxfam o impacto da pandemia poderá atrasar a luta contra a pobreza em cerca de 30 anos. Este encontro e acordo de credores com vista a novas soluções sustentáveis para o financiamento do desenvolvimento das nações devedoras foi um bom princípio da justa e necessária universalização do Dia de África.