Uma área metropolitana caracteriza-se pelas ligações rápidas e frequentes entre o centro e as periferias, formando uma malha urbana contígua e funcional. Ora, em Coimbra não existe rede estruturada de transportes nem parece que iremos caminhar para isso. As ligações ferroviárias foram eliminadas entre Coimbra e a Lousã (Serpins), entre a Figueira e Cantanhede. O projeto do Metro do Mondego, os sucessivos atrasos e ausência de estratégia regional, mostram também incapacidade de liderar numa área tão importante como a mobilidade entre a periferia e o centro.
Uma área metropolitana de Coimbra faria sentido se o poder político conseguisse unir-se num processo de transformação regional, usando os meios financeiros ao seu dispor para uma integração maior. Coimbra enquanto cidade teria que exibir maior pujança política, ter mais poder de decisão nos órgãos centrais e tal não acontece.
Outro eixo decisivo é a Universidade e o Ensino Superior. Uma área metropolitana de Coimbra deveria assentar numa estreita colaboração entre a academia e a governação, inovando, criando estruturas mais arrojadas de integração do território, e promovendo o desenvolvimento económico com base técnica e científica. Hoje, como há 30 anos, o poder político ignora a academia e esta fica remetida à sua atividade quotidiana. Parecem viver em mundos paralelos.
Coimbra pela sua pequenez populacional e territorial não conseguirá estabelecer-se como área metropolitana se não for muito mais ambiciosa. Especialmente em termos de sustentabilidade, transição energética, conservação da paisagem (veja-se o desastre que tem sido a gestão das zonas verdes e ribeirinhas do Mondego na cidade de Coimbra) e qualidade de vida. Nota-se que Coimbra não lidera, vai a reboque de iniciativas pontuais. Por todas estas razões, não defendo a criação da área metropolitana de Coimbra, porque não há condições para o fazer.