No dia 22 de abril de 2021, o Diário “As Beiras” apresenta, na sua primeira página, o título “Geoparque do Atlântico dá os primeiros passos”, exibindo uma fotografia duma escadaria por onde estão distribuídos os presidentes e representantes dos municípios da Figueira da Foz, Cantanhede, Mira, Penacova, Mealhada, Montemor, a Ministra da Coesão Territorial, os Diretores da ADELO e a Professora Helena Henriques. Esta singela fotografia retrata um dos momentos mais marcantes dos últimos anos e, provavelmente, dos últimos séculos, em especial para os figueirenses, pois tem uma carga simbólica muito mais profunda do que aparenta.
Este simbolismo está traduzido na própria escada onde a mesma foi tirada, uma vez que se trata da escada do edifício principal da antiga fábrica da CIMPOR no Cabo Mondego, que marca de uma maneira subtil, mas muito significativa, a conquista definitiva deste território para a nossa população. É igualmente marco do não menos relevante evento da assinatura de um acordo entre estes municípios no sentido de avançar conjuntamente para uma candidatura a um Geoparque UNESCO.
A Figueira iniciara já, em 2016, este processo de candidatura, mas, devido aos novos requisitos da UNESCO, teve de estender o território abrangido por mais municípios, selecionando obviamente aqueles que têm consigo uma continuidade territorial, que têm valores geológicos, culturais, históricos e, acima de tudo, interligações coesas. Também foi esclarecido pela UNESCO que a candidatura e a gestão formal deste geoparque teriam de ser promovidos por uma associação e não por um município. Desta forma, sendo a ADELO uma associação de desenvolvimento local, que atua neste território e com objetivos que se coadunam perfeitamente com esta missão, foi acordado entre todos que seria esta a entidade que faria a gestão do Geoparque do Atlântico.
O Cabo Mondego será assim o coração deste Geoparque! A reabilitação, conservação e adaptação do edificado – transformando-os em centros de investigação, museus e até em hotéis e restaurantes -, bem como das estradas e arribas será um processo longo e executado por etapas, dado o atual nível de degradação e a sua extensa dimensão. A curto prazo, será reabilitada a estrada do “Enforca cães”, transformando-a numa via rodoviária paisagística, tal como a estrada que passa junto da própria fábrica, que ficará aberta ao público como ciclovia e via pedonal, integrando a rede EuroVelo!