Não é de agora. Já o venho afirmando. A Figueira da Foz será, porventura, na última década, o concelho citadino do País que mais investiu na qualidade de vida. Talvez por esse motivo se tenha tornado tão apetecível. Para moradores, empresários, visitantes e turistas (sejam estes políticos ou não). Mas isso deve-se a um facto que pode ser resumido numa frase: “Não há bom vento para quem não conhece o seu porto”. É isso. Sonhar, ousar, fazer, fazer bem, fazer melhor. A Figueira ganhou uma nova e muito auspiciosa centralidade. A estratégia de desenvolvimento sustentável que foi posta em marcha culminou no concelho equilibrado e pleno de qualidade de vida com que nos deparamos hoje.
Quando pensamos que há doze anos este concelho não tinha sequer recursos para encomendar um parafuso, uma lâmpada ou um rolo de papel higiénico, fruto de uma anterior gestão municipal perdulária e esbanjadora, devemos levar isso muito a sério. Quem contrai dívidas, atrás de dívidas, atrás de dívidas, deixando um legado de cerca de noventa milhões de euros de prejuízos que se repercutiram nos impostos e nas taxas aos cidadãos, na desconfiança dos empresários e no descrédito institucional, devia estar impedido de voltar a gerir o dinheiro público. O monstruoso valor da dívida é proporcional ao valor que não pôde ser investido ao longo de vários anos nas novas gerações. Contudo, dizem, isso são águas passadas.
Como está a Figueira hoje? Deixou de aparecer nos jornais e na televisão? Não, muito pelo contrário. Deixou de ter eventos culturais? Não, muito pelo contrário. Deixou de ter turistas? Não, muito pelo contrário. Deixou de ter espaços públicos requalificados? Não, muito pelo contrário. Deixou de ter dinâmica industrial e empresarial? Não, muito pelo contrário. Deixou de ser atrativa? Não, muito pelo contrário. Deixou de investir nas suas praias? Não, muito pelo contrário – tem hoje dez praias de bandeira azul.
Mas a Figueira não é apenas a marginal e o casino. A Figueira, com as suas quatorze freguesias, conjuga praia e campo, indústria e setor primário, cidade e aldeias. Tenho conhecido muitas destas freguesias ao visitar instituições ou ao marcar presença em diversos eventos. Há algum tempo a frequência era de tal ordem que na mesma semana chegava a deslocar-me três ou quatro vezes ao concelho. Em todas elas, invariavelmente, encontrei o presidente da Câmara Municipal, Carlos Monteiro: a fazer as honras da casa, a sentir o pulsar dos seus, a dialogar, a participar, a explicar o seu sonho para a figueira, a mostrar o resultado do sucesso.
Recentemente, li que a Figas, o projeto das bicicletas, conquistou o prémio cinco estrelas da região. Não estranhei, por isso, quando soube que o município prepara a sua expansão. Por que falo nisto? Porque ela faz parte de um ideal de qualidade de vida, onde as pessoas circulam em segurança, num espaço ordenado, olhando o mar ou a Serra da Boa viagem, ou o espaço que será candidato a Geoparque Atlântico e que condensa centenas de milhões de anos. Fazendo desporto, passeando, contemplando a paisagem, usufruindo da arte urbana, comendo bem, tendo escolas de qualidade e infraestruturas de saúde, boa mobilidade, cultura regular de altíssimo nível, apoio social, investigação universitária e desenvolvimento empresarial. E, tudo isto, com as contas em dia.
O turismo da Figueira da Foz tem conhecido uma procura sem precedentes. Mesmo sem empresas municipais faraónicas e sem o apoio da entidade regional do Turismo. Vemos na rua estrangeiros de todo o mundo que vieram trabalhar, morar ou visitar a Figueira. Como em tudo na vida, há sempre quem venha com a promessa de construir castelos na areia, daqueles que o mar da Figueira se encarregará de levar.