Entender a cidade e ter uma visão de como esta deverá ser no futuro, só será possível se refletirmos sobre a sua cultura, arquitetura, planeamento urbanístico, desenvolvimento económico e suas vivências sociais.
Os recursos culturais urbanos incluem o seu património histórico, industrial e artístico, as paisagens e os seus marcos arquitetónicos, bem como todo o patrimônio imaterial, de que são exemplo as tradições e rituais, os festivais, a gastronomia e o lazer, entre outros. Os recursos culturais, como símbolos, atividades, repertório e gostos locais, estão cada vez mais presentes na vida quotidiana da cidade de hoje, influenciando toda a sua vivência atual e futura.
Perspetivando o futuro, a compreensão do ambiente criativo de uma cidade será possível através da interligação de quatro vetores: população, cultura urbana, políticas públicas e redes/conexões.
A evolução populacional, a sua história, identidade e dinamização cultural favorecem a abertura a novas ideias e devem contribuir decisivamente para a produção de novos projetos públicos e privados das mais variadas tipologias e usos, a que não podem ser alheios as diferentes políticas públicas, que devem contribuir para a dinamização de todo este ecossistema.
Nos setores criativos, nomeadamente ao nível da arquitetura, esta deve tornar-se num dos fatores determinantes na mudança e inovação da vida quotidiana da população da cidade.
A preocupação pela qualidade da arquitetura e do planeamento urbanístico da cidade estão muitas vezes relacionados com a melhoria da qualidade de vida de seus residentes, traduzindo-se em conceitos de beleza, de estética, funcionalidade, felicidade e bem-estar, sensações que serão experienciadas no dia a dia pelos seus habitantes.
Se por um lado a arquitetura exerce influências e produz diferentes sensações nos seres humanos, por outro lado, o próprio homem é capaz de influenciar os estilos arquitetónicos, contribuindo para a sua evolução e adaptação ao quotidiano da cidade, numa simbiose determinante do futuro do espaço urbano.
Coimbra nas últimas décadas tem sido valorizada por obras de grande qualidade arquitectónica que se tornaram referências na cidade. A criação de cursos superiores de arquitetura e a disponibilização recente de galardões, onde se destaca o Prémio Diogo Castilho são seguramente incentivos à procura da melhoria estética e qualitativa dos projetos executados pelos arquitetos que aqui trabalham.
O Prémio Diogo Castilho, de edição bienal, instituído pela Câmara Municipal de Coimbra pretende galardoar” obras cuja concepção e qualidade arquitectónica sejam relevantes exemplos na realidade edificada do Município”, relativas a “obras de construção, de reconstrução, de alteração e de ampliação, cujo projecto mereça destaque pelo respeito do património edificado” e a “arranjos urbanísticos e de tratamento de espaços exteriores de uso público, tanto em relação à criação de novos espaços, como à recuperação ou reabilitação de espaços urbanos existentes”.
Nos últimos anos foram já premiados diversos arquitetos de renome nacional, destacando-se Gonçalo Byrne, Alexandre Alves Costa, João Mendes Ribeiro, Luisa Bebiano, entre outros.
De salientar as marcas deixadas na cidade por Gonçalo Byrne e Carrilho da Graça, na recuperação do Convento de S Francisco e respetiva Igreja, bem assim como no Museu Machado de Castro.
Considero importante que a cidade de Coimbra tenha cada vez mais referências arquitetónicas, que valorizem a cidade e contribuam para a atração dos seus habitantes e turistas.