Nova plataforma permite gestão unificada de diferentes ambientes da Internet das Coisas

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 Investigadores da Universidade de Coimbra (UC) desenvolveram uma plataforma que permite a gestão unificada de ambientes heterogéneos que suportam a Internet das coisas (IoT, na sigla inglesa), anunciou hoje a instituição.

Inicialmente, a IoT “dependia essencialmente de sensores reais (físicos), mas nos dias de hoje usa dados de outros tipos de sensores, nomeadamente virtuais e sociais, o que torna a gestão extremamente complexa”, afirma a UC, revelando que, “para ultrapassar este problema”, uma equipa de investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC (FCTUC) criou “uma plataforma que permite a gestão unificada de ambientes heterogéneos que suportam a IoT”.

“Mais do que Internet das Coisas, atualmente temos ‘Internet of Everything’, ou seja, internet de tudo, pois é internet das coisas, mas é também internet de pessoas e internet de ‘software’. Há uma série de sensores de fontes diversas, heterogéneas, que recolhem gigantescos volumes de informação que permitem medir, entre outras variáveis, temperatura, humidade e poluição atmosférica, mas também movimentos humanos, ambientes industriais, especialmente na indústria 4.0, etc.”, explica Fernando Boavida, coautor do estudo publicado na revista científica IEEE Internet of Things.

“Os nossos telemóveis são dispositivos repletos de sensores que, sem nos apercebermos, medem tudo e mais alguma coisa”, exemplifica.

Assim, o paradigma atual da IoT, que permite ligar a internet a diferentes tipos de sensores e ambientes, de modo a recolher dados em larga escala, exige sistemas que façam a gestão da informação, isto é, sistemas que permitam controlar e monitorizar dados, independentemente do tipo de sensor.

Tirando partido de vários estudos sobre IoT que tem vindo a realizar ao longo de mais de uma década, juntamente com Jorge Sá Silva, do Departamento de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores da FCTUC, a equipa partiu à procura de soluções capazes de gerir de forma eficiente e eficaz diferentes tipos de fontes de dados de IoT, refere a UC, numa nota enviada hoje à agência Lusa.

“A partir de tecnologias amplamente adotadas em IoT para gerir sensores reais, com destaque para a tecnologia FIWARE, desenvolvemos uma solução informática capaz de gerir diferentes tipos de sensores e analisar quais os melhores protocolos de gestão em termos de desempenho”, relata, citado pela UC, Fernando Boavida.

Na prática, esclarece o investigador, “pegou-se em protocolos e tecnologias utilizadas para gerir sensores reais, ajustando para sensores virtuais e sociais”.

Posteriormente, o protótipo do sistema desenvolvido foi testado com voluntários, estudantes da UC e de uma escola politécnica do Equador, durante um semestre, tendo demonstrado a viabilidade da abordagem proposta.

Os resultados obtidos representam mais um passo na evolução da Internet das Coisas: “com as mesmas ferramentas, consegue-se fazer uma gestão unificada de vários tipos de sensores, isto é, de ambientes heterogéneos da Internet das Coisas. É uma plataforma que permite gerir de forma eficaz os dados, independentemente do tipo de sensor – físico, virtual e social”, refere Fernando Boavida.

A fase seguinte da investigação vai centrar-se na evolução dos sensores sociais, que são os que representam o maior desafio, porque a informação que é possível extrair é praticamente ilimitada.

“Além de extrair informação das redes sociais, também queremos dar informação útil, fornecendo aconselhamento e dados que possam contribuir para a melhoria da qualidade de vida das pessoas”, conclui o investigador.

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