O tema que esta semana abordamos está diretamente ligado às declarações recentes do Administrador do Hospital Distrital da Figueira da Foz, que defendeu a relocalização, futuramente, da infraestrutura. Parece-me oportuno discutir e estudar com a devida antecedência aquela que é uma inevitabilidade a longo prazo.
Ao longo dos últimos anos, o nosso hospital tem sofrido uma série de melhoramentos assinaláveis. Ainda hoje, estão a decorrer as obras do edifício que albergará o novo bloco operatório, que demonstra, inevitavelmente, que aquela infraestrutura continua a ser importante no seio do Serviço Nacional de Saúde. Contudo, a atual localização do hospital revela alguns aspetos negativos que esta possível mudança poderia mitigar.
O que rapidamente nos vem à cabeça é a dependência de uma única ligação a norte (a ponte), a necessidade de entrar numa localidade para aceder ao hospital, o facto de se ter de cobrar estacionamento para evitar a utilização dos lugares por parte de banhistas e o principal, a proximidade do mar.
A proximidade do mar será, sem dúvida, a pedra de toque que irá obrigar o Hospital a relocalizar-se. Todos sabemos que o mar está a avançar, especialmente, naquela localidade. Todas as projeções do aumento do nível das águas do mar apontam para que a freguesia de São Pedro possa vir a sofrer alterações significativas.
É, por demais, necessário preparar planos de relocalização do máximo de infraestruturas possíveis, inclusive habitações. Acredito que é, singularmente, importante planearmos o momento em que o mar atacará as nossas faixas costeiras, para evitarmos planos de emergência mal-organizados e sem soluções evidentes para as populações.
Para mim, a relocalização do hospital prende-se, essencialmente, com a necessidade de nos adaptarmos aos fenómenos naturais, que, infelizmente, irão assolar a nossa costa. Por isso, acredito que seja importante planear esse futuro, continuando também, ativamente, a descarbonizar e tardar o máximo possível o desgelo.