Opinião – Redundância

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Sim ou Não? O sul devia ter um sistema autónomo de fornecimento de água?

Considerando o panorama mundial de alterações climáticas, o crescimento exponencial da população e o aumento da poluição dos solos, do ar, dos rios e do mar, estamos conscientes de que todo o ciclo da água está afetado e, consequentemente, a água potável é um bem cada vez mais escasso.
No entanto, todos damos como um dado adquirido ter em nossas casas, à distância de um gesto, água potável de cada vez melhor qualidade, disponível em quantidade e com a pressão ideal. Na realidade, só quando nos falta, damos conta da sua relevância para o nosso dia a dia.
O sistema de abastecimento de água na Figueira da Foz foi pioneiro a nível nacional. Construído desde os finais do séc. XIX, foi sendo renovado ao longo dos anos, existindo hoje um modelo complexo e redundante com captações subterrâneas através de furos (a norte e a sul) e captações superficiais no canal adutor do Mondego.
O sul do concelho, não sendo totalmente autónomo, pode, desta forma, ser abastecido através de diversas origens, tal como aliás foi provado há poucos dias. Pois, apesar de ter existido rutura logo nas duas condutas paralelas que atravessam o rio provenientes da ETA de Lares, rapidamente se acionou a ETA de Lavos, restabelecendo o abastecimento.
Todos estes investimentos, quer ao nível do abastecimento quer ao nível do saneamento, permitem que hoje a Figueira tenha uma das melhores coberturas de abastecimento e saneamento do país.
Na verdade, em 1999, através de um contrato de concessão, a empresa Águas da Figueira S.A. passou a explorar, por 30 anos, os sistemas de captação, tratamento e distribuição de água bem como a recolher, transportar e tratar os efluentes domésticos do concelho da Figueira da Foz. E, apesar de não ser fã da privatização deste tipo de serviços essenciais, considero que uma das vantagens da concessão foi realmente garantir todo este investimento na qualidade do sistema.
É de realçar, no entanto, que já com o atual executivo PS, e, numa perspetiva de atenuar o esforço financeiro das famílias, a Câmara Municipal promoveu um conjunto de medidas de caráter social que se refletissem no tarifário em vigor. Nomeadamente, foram implementados o tarifário social, o tarifário específico para famílias numerosas, o tarifário específico para residentes, o não pagamento dos ramais domiciliários e, mais recentemente no âmbito da pandemia, as isenções para as empresas paradas.

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