Recordo regularmente uma história que o mau pai me contava quando havia apagões na cidade da Figueira da Foz. Relatava-me os eventos que há época eram recentes na antiga Jugoslávia. Dizia sempre que viver uns minutos sem luz era irrelevante e comparava esses minutos com os 3 anos que Sarajevo viveu cercada sem água, sem eletricidade, sem gás, sem abastecimento e sobre bombardeamento.
Porém, sempre que ele me contava aquilo a minha jovem mente tentava perceber como é que seria possível viver sem acesso a qualquer bem essencial. Não me cabia na cabeça uma cidade sem nenhum abastecimento. O meu jovem intelecto nunca compreendeu verdadeiramente a dimensão daquele acontecimento. Hoje compreendo perfeitamente que um dia sem estes bens essenciais é sempre mais complexo e cria alguns contratempos significativos. Sendo que água continua a ser o mais essencial à nossa vida.
A recente falha de abastecimento de água privou uma parte significativa da população margem Sul, o Hospital Distrital, equipamentos sociais e algumas indústrias de acesso a água potável durante mais de 36 horas. Porém, deve-se salientar que a concessionária que explora a água agiu prontamente, procurando resolver o problema com brevidade. Contudo, esta pequena “crise” veio expor que o acesso a água na freguesia de São Pedro está dependente de uma ligação ao norte do concelho.
Não sendo eu um especialista em planeamento de acesso a água, tendo a considerar que é importante criar infraestruturas que promovam um acesso semelhante a toda a população, assim sendo, considero relevante colocar a conduta alternativa ligada a pontos de captação de água a Sul, reservando a sua utilização apenas para casos semelhantes ao da semana passada. Porque apesar de tudo, o ponto de captação mais próximo está localizado na margem norte, contudo colocar duas condutas com captações semelhantes e trajetos idênticos leva a que um fenómeno anormal numa provavelmente afete a outra.