Concorda coma a concessão da marina?

Antes de mais, é primordial perceber se, neste momento, a Figueira tem uma marina ou um porto de recreio: de facto, no domínio da náutica de recreio, como em tudo na vida, sem clarificar, neste caso, as diferentes tipologias de infraestruturas (das quais fazem ainda parte as docas e os núcleos de recreio), corremos o risco, fatal, da falta de assertividade.
Assim, um porto de recreio é basicamente um pequeno centro portuário de recreação destinado ao estacionamento e abrigo de pequenas e médias embarcações, rodeado de vários cais e tendo corredores primários e secundários para possibilitar o acesso a todos os barcos atracados; oferece serviços de apoio às embarcações e às tripulações e dispõe de equipamentos adequados às operações de carga e descarga e de armazéns, parques e redes de transportes.
Uma marina tem as mesmas características de um porto de recreio, mas contempla ainda um complexo hoteleiro e residencial. Ora, na Figueira não temos de facto uma marina, mas um porto de recreio, ainda assim com potencialidades verdadeiramente únicas no contexto nacional ou mesmo europeu: em que outra cidade é possível sair da embarcação e ter, a menos de 200 metros, um mercado tradicional, um casino, e também restauração, comércio e lazer diversificados?
Há, portanto, muito a fazer para elevar a tipologia do porto de recreio da Figueira, pelo que concordo com a sua concessão, desde que tal permita criar as condições para aumentar a área de profundidade natural através de escavações e de dragagens, expandir a área terrestre, melhorar o estacionamento automóvel, e melhorar a rede de água potável, os esgotos e a energia elétrica, entre outras valências.
Porque o Estado não pode tudo controlar – as empresas devem ser o motor do desenvolvimento económico, respeitando as regras da concorrência e salvaguardando e ressarcindo o Estado pelo investimento inicial. Como com quase tudo na Figueira, há tanto a fazer com urgência…