Bolos tradicionais da Páscoa nas Beiras com queda de procura

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O Bolo Podre e o Bolo de Azeite, tradicionalmente mais vendidos na altura da Páscoa, nos distritos de Viseu e Guarda, estão a sofrer quedas nas vendas superiores a 50%, dizem responsáveis do setor.

“Houve uma quebra significativa, notória. Estamos a falar de uma quebra na ordem dos 60%”, destaca o responsável da Confraria do Bolo Podre e Gastronomia do Montemuro, de Castro Daire.

Adérito Ferreira explicou “a juntar a isto, este ano, também nos faltaram as feiras, como a BTL [Bolsa de Turismo de Lisboa], a Feira Ibérica da Guarda e o Festival do Pão, onde também o Bolo Podre tinha uma presença bastante forte”.

Também a lutar por “manter vivo o sabor”, mas do Bolo de Azeite, está a Padaria do Mileu, na Guarda, que, este ano, comprou “muito menos ovos e azeite”, porque “a venda caiu muito com a pandemia e com “a falta de circulação das pessoas entre os concelhos e até dos emigrantes”.

“É procurado, mas não tanto como nos anos anteriores. Tivemos uma quebra muito grande nas vendas, na ordem dos 40%, à vontade, e vamos voltar ter, porque mais uma vez não temos pessoas de fora, que levavam não só para consumir, como para oferecer aos afilhados e a amigos”, reconheceu Maria José Fernandes.

“As famílias são cada vez menos numerosas e então já não fazemos os Bolos de Azeite com dois e três quilos. Agora têm mais ou menos quilo e meio e fazemos uns pequeninos de meio quilo e de um quilo, para tentar manter viva a tradição de o oferecer ao afilhado e para incentivar à venda até para as famílias mais pequenas”, reconheceu.

Maria José Fernandes destacou que o Bolo de Azeite da Guarda “não é como o de Coimbra, que tem açúcar, nem como o de Trás os Montes, que tem carne”.

“Pode até vender-se todo o ano, mas é na Páscoa que o bolo tem muito mais saída e quando a faturação é maior”, reconheceram os dois responsáveis, cada um com o seu bolo típico da região.

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