Macau vive por esta altura, aquela que é a maior celebração anual de toda a China – a Festa da Primavera.
Considerado o maior movimento migratório do mundo, milhões de chineses visitam familiares e amigos para, em conjunto e durante 16 dias celebrarem a vida e a renovação.
A acompanhar cada novo ano, surgem-nos os 12 animais que Buda chamou até si, a fim de lhes ensinar a melhor forma de se relacionarem com o homem.
Depois de um rato nada saudoso, Macau dá as boas-vindas ao Búfalo.
Conhecido por ser um exímio trabalhador, honesto, racional, positivo e leal, o Búfalo, está associado à energia Yin, uma força mais lenta, macia e passiva que nos atrasará a concretização dos objetivos. Paciência é pois, o segredo. Com calma, muita resiliência e determinação, os bons auspícios deste animal, muito acarinhado a oriente, surtirão os tão desejados frutos!
À semelhança do nosso Natal, também aqui, a tradição milenar impele ao cumprimento escrupuloso de um conjunto de rituais, sob pena de enfurecer as divindades que por eles tanto anseiam.
O vermelho, símbolo da fortuna e da virtude, é a cor de eleição, tanto na decoração como no vestuário.
Em qualquer casa e/ou escritório não podem faltar os incontornáveis Fai Chun, papeis decorativos, com frases de boa sorte e prosperidade, escritos à mão e colocados nas portas.
A típica laranjeira, símbolo de felicidade e dinheiro, lírios do vale, bambus e flores de pessegueiro, adornadas por acessórios como carpas, sinal de perseverança e felicidade conjugal e o caracter Fu, felicidade, brindam-nos com uma atmosfera festiva e renovadora.
Romagem ao templo da Deusa A-Ma, na noite de ano novo, rebentamento de panchões para afastar os maus espíritos e atrair a sorte, distribuição de Lai Sis, envelopes com dinheiro aos solteiros e crianças, para além da imperativa ida ao casino (única altura do ano em que os funcionários públicos estão autorizados a jogar), são parte de um oriente secular que, mesmo nós, aprendemos a admirar e a replicar, não vão os deuses se zangar!
Iam pui (um brinde) saúde, sólidos recomeços e um grande futuro. KUNG HEI FAT CHOI!
Pode ler a opinião na edição impressa e digital do DIÁRIO AS BEIRAS