Confirmo que apesar de fazer parte dos elegíveis da 1ª. fase de vacinação (dirigente médico que acumula com atividade clínica), ainda não fui vacinado, visto que ainda não chegou a minha vez!
Aproveito desde já, para declarar que não recusarei a vacina quando for convocado, mesmo que a vacina que me seja oferecida, seja a Vaccine AstraZeneca®, apesar de nesta fase, ser preferencialmente recomendada para pessoas com 65 anos ou menos anos de idade e a segunda dose só ser necessária passados 84 dias e não os 21 dias da vacina COMIRNATY® (Pfizer) ou 28 dias da Vaccine MODERNA®.
E porquê? Porque foi demonstrada uma eficácia de 76% da Vaccine AstraZeneca®, contra infeções após a primeira dose da vacina, eficácia que se mantém pelo menos durante três meses, possibilitando assim, adiar a segunda dose até ao máximo de 12 semanas.
Estamos a vacinar ao ritmo das entregas das vacinas e genericamente bem. Já foram administradas 400 mil doses, colocando-nos com 3,44 vacinas administradas por 100 habitantes, acima da média ( 3,21 ) de vacinação da União Europeia.
Nesta denominada 1ª. fase da vacinação que deverá prolongar-se até fim de abril, dependendo da entrega das vacinas já compradas, estamos a falar de várias linhas de vacinação.
A linha vacinal dos profissionais de saúde diretamente envolvidos na prestação de cuidados de saúde a doentes, está em curso tendo uma grande maioria dos profissionais de saúde já levado a 2ª. dose.
A linha vacinal em Lares/ERPI e Unidades da RNCCI (doentes e profissionais), está quase a finalizar-se a administração da 2ª. dose na totalidade das instituições envolvidas.
As linhas vacinais dos Corpos de Bombeiros que transportam doentes respiratórios para os hospitais ou que façam parte das equipas de pré-emergência, das Forças de Segurança (PSP e GNR), das Forças Armadas e Titulares de Órgãos de Soberania, estão prestes a iniciar-se.
Por fim, a linha vacinal dos cidadãos maiores de 80 anos e maiores de 50 anos com determinadas doenças (Insuficiência Cardíaca, Miocardiopatias, Doença Coronária sintomática, Hipertensão Pulmonar, Insuficiência Renal e Doença Respiratória Crónica), está a iniciar-se ainda em projetos pilotos, um Centro Vacinal em cada distrito da Região Centro com vacinação a ocorrer nos dias 12 e 13 de fevereiro, exceto doentes dialisados em que já está a terminar a vacinação para depois se expandir a um Centro Vacinal por concelho.
Uma palavra especial para esta última linha de vacinação que vai depender de todos nós para podermos concretizá-la num curto espaço de tempo. A rede de proximidade, as famílias devem envolver-se no processo de vacinação dos seus idosos, atualização dos números de telemóveis, seja na marcação e resposta ao SMS que irão receber, seja no apoio ao transporte para o centro vacinal, assim como, as próprias autarquias que já o estão a fazer.
Tem ocorrido irregularidades ou melhor casos pontuais de desonestidade que não podem ensombrar a entrega e dedicação diária das equipas de vacinação (enfermeiros, médicos, farmacêuticos, dirigentes, entre outros) que tudo tem feito para atingir as metas de execução das inoculações previstas.
O que é doloroso é continuarmos a assistir ao inevitável jeito luso de contornar as regras, como atravessar a estrada fora da passadeira e fugir aos impostos. Acreditar nas cunhas e favores.
A cidadania deve levar-nos todos a condenar “erros inaceitáveis” de quem recebeu a vacina apesar de não ser prioritário.
Como já afirmou, Ramalho Eanes, “o 25 de abril de 1974 trouxe as liberdades, mas não conseguiu formar cidadãos”.
Vamos todos manter a calma, a paciência necessária e apelar ao bom senso, até chegar um SMS ( 2424 ) a agendar a nossa vez de ser vacinados. Haja vacinas!
