Foi no final de 2020 que a Bélgica recebeu, no meio de alguma polémica, a sua segunda “caixa para bebés”.
Trata-se de uma instalação para abandonar bebés anonimamente em Bruxelas (Evère). A iniciativa, da organização não governamental “Corvia”, propõe que os pais que não podem cuidar do filho o deixem na caixa em toda a segurança e anonimato, para que os órgãos competentes tomem conta da criança.
Quando a porta desta caixa se abre, com o seu berço a temperatura confortável, dispara um alarme interno que desencadeia toda uma estrutura, incluindo um médico, para prestar os primeiros cuidados ao recém-nascido.
Há 20 anos, a organização “Mothers for Mothers” instalou a primeira destas “escotilhas” na cidade de Antuérpia. Cerca de um bebé por ano tem sido abandonado no local, nos últimos dez anos.
A iniciativa pretende evitar o abandono de recém-nascidos em condições precárias e é já prática corrente numa dezena de países europeus, liderados pela Alemanha.
Em Bruxelas, esta “caixa para bebés” tem estado envolta em polémica desde 2017, altura em que um autarca vetou a sua instalação. Os contestatários consideram-na um incentivo à desresponsabilização e ao abandono.