Opinião: É a vacina,estúpido!

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Se tudo indica que 2021 será marcado pelo efeito positivo da vacina contra a COVID-19 à escala global, no Brasil tudo caminha para que a campanha de vacinação se transforme na pré-campanha política das presidenciais de 2022. Durante o combate à pandemia em 2020, entre sucessivas crises políticas (cultura, saúde, justiça) e inúmeras controvérsias entre poderes (Congresso, STF), o país foi-se dividindo entre a quimera da “gripezinha” e a visão realista da maioria dos governadores que priorizaram o valor da vida através das medidas restritivas e de isolamento social. Entre tensões várias do país oficial com o país real que já regista quase 200 mil mortes por COVID-19, o embate do Presidente Bolsonaro com o Governador João Doria (São Paulo) foi uma constante ao longo de todo o 2020. O Palácio dos Bandeirantes foi sempre um palco de contraponto à opinião oficial do Palácio do Planalto. A controvérsia foi sempre visível não apenas na estratégia, grau e rigidez de medidas de combate à pandemia, como agora na corrida à vacina e registo das diferentes vacinas. A já elevada politização da pandemia polarizou o país, não entre esquerdas e direitas, mas entre a vanguarda vacinal de João Doria e o negacionismo científico de Bolsonaro. A desarticulação entre planos de vacinação do governo federal, governos estaduais e prefeituras pré-anunciam um verão quente neste início de 2021. Independentemente do saldo final eleitoral, esta pré-campanha parece ter o mérito de acelerar o início da vacinação dos brasileiros que já segue atrasada em relação a muitos países.

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